Anunciado pelo governo Tarso Genro como resposta às manifestações de junho passado, o passe livre estudantil intermunicipal anda a passos lentos no Rio Grande do Sul. Apenas 2250 estudantes se cadastraram nas regiões metropolitanas e aglomerados urbanos do estado para receber o benefício do passe livre estudantil intermunicipal em 2014. O número representa apenas 10% da projeção feita pelo Palácio Piratini, que esperava mais de 20 mil estudantes destas regiões no programa.
A União Gaúcha de Estudantes (UGES) afirma que a burocracia é o principal obstáculo e que a Metroplan está demorando até dois meses para entregar carteirinhas aos estudantes que pleiteiam o benefício. Fora da região metropolitana de Porto Alegre, onde o transporte intermunicipal não dispoe de bilhetagem eletrônica, apenas 620 estudantes receberam bilhetes em papel, no valor da passagem. "Se os estudantes vissem os colegas com a cateirinha e o sistema funcionando, iriam aderir. Mas isso não vem ocorrendo", afirma o presidente da UGES, Nelson Soares de Almeida Júnior.
O governo afirma que a partir desta semana distribuirá material publicitário para convocar os estudantes a aderir ao programa do passe livre. No interior a adesão é maior e está quase dentro da meta: 22 mil estudantes, de 379 municípios, fizeram o cadastro. "Como depende da iniciativa do estudante isso leva um tempo para difundir o programa. Mas esperamos pelo menos 10 mil estudantes neste ano", afirma a coordenadora da assessoria superior do governador, Mari Perusso.
A análise criteriosa dos cadastros socio-economicos também tem emperrado os repasses de recursos para subsidiar passagens em parceria com prefeituras do interior. Em cinco meses apenas 0,5% dos recursos previstos para 2014 foram desembolsados, segundo levantamento da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa. O Piratini promete repassar R$ 99 mil de forma retroativa a partir da próxima quinta-feira (21).