Desde o início da paralisação dos servidores do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), mais de 500 cirurgias eletivas deixaram de acontecer. Além disso, os atendimentos nas emergências dos hospitais do grupo tiveram redução de 30%. A informação foi confirmada nesta terça-feira (8) no programa Gaúcha Atualidade, pelo diretor-superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, Carlos Eduardo Neri Paes.
Sobre a falta de material, Paes admitiu alguns problemas, mas pontuais. Já em relação aos pacientes prejudicados pela greve e que tinham marcado cirurgias há meses, Neri Paes disse que alguns procedimentos menos graves poderão ser transferidos para manter as cirurgias. E alertou que os pacientes não podem ficar no meio de uma negociação salarial.
"O direito de greve é legítimo, agora o paciente não pode ser usado como moeda de troca entre o sindicato patronal e o sindicatos dos trabalhadores", afirmou.
Neri garante que desde ontem, os serviços estão normalizando. Na emergência do Hospital Cristo Redentor, uma triagem é feita dentro da instituição, e apenas casos graves estão sendo atendidos. No Conceição, a emergência atende todos os pacientes, mas com demora maior no serviço.
A categoria reivindica reajuste salarial, melhores condições de trabalho e alega falta de material e de higienização nos hospitais do grupo. Uma nova reunião de mediação está marcada para as 14h de hoje, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Hospital de Clínicas
Já os servidores do Hospital de Clínicas entraram hoje no segundo dia de paralisação. Sindicalistas e trabalhadores que adeririam à greve de três dias protestaram em frente à emergência da instituição. O serviço na emergência está com restrição desde o dia 18 de março, devido à superlotação. Apenas casos graves são atendidos.
Segundo o Sindisaúde, 70% dos servidores do Clínicas aderiram à mobilização. A assessoria de imprensa do hospital admite que das 40 cirurgias eletivas previstas para ontem, oito não aconteceram em razão da falta de funcionários. Os demais serviços, porém, estão mantidos,mas com maior demora no atendimento, segundo o hospital. Os servidores prometem caminhada, bloqueando ruas da Capital para a tarde desta terça.
Ouça entrevista do diretor-superintendente do GHC ao Gaúcha Atualidade