Os vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre decidiram encerrar, nesta terça-feira, a fase de depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito da Companhia de Processamento de Dados (Procempa) da Capital. Os principais envolvidos nas investigações não foram ouvidos pela CPI durante os oito meses de trabalho. O ex-presidente da Companhia, André Imar kulczynski, não depôs porque possui atestado médico até o final deste mês; a ex-diretora administrativa da empresa, Giorgia Ferreira, se calou durante a sessão; e o ex-conselheiro da Procempa, Claudio Manfroi, ignorou o chamado da Comissão por duas vezes. O presidente da CPI, vereador Mauro Pinheiro, lamenta a ausência dos suspeitos:
“As principais pessoas se calaram, né? Mas com a não fala dessas pessoas, isso comprova que tudo aquilo que nós temos e foi falado sobre eles é verdade. A nossa grande incógnita é saber de quem eles receberam ordens para fazer o que fizeram”, defende.
Nesta terça, o secretário Municipal da Saúde, Carlos Henrique Casartelli, depôs na Câmara e defendeu a legalidade do contrato firmado entre a Procempa e a empresa GSH, responsável pelo sistema Aghos de marcação de consultas. Claudio Manfroi, que também havia sido convocado para depor após Casartelli, não compareceu.
Ao final da sessão, a maioria dos vereadores integrantes da CPI optaram por não convocar judicialmente o depoimento de Manfroi à Comissão e encerraram o período de oitivas. O relatório final está previsto para ser apresentado no dia 28, mas será votado em 31 de março. Após a votação e se aprovado, o documento será entregue à Polícia Civil, ao Ministério Público de Contas (MPC-RS) e ao Tribunal de Contas do Estado.
As irregularidades na Procempa podem chegar a R$ 5 milhões de reais. Além do TCE, que realiza duas inspeções especiais na Companhia, o Ministério Público (MP-RS) também investiga supostas irregularidades na empresa.