Há 43 dias, a Polícia Civil cumpriu sete mandados de busca e apreensão em residências e locais frequentados por suspeitos de envolvimento em atos de vandalismo na capital. A ação foi referente à depredação do Palácio da Justiça, no dia 27 de junho. Seis pessoas são citadas na investigação, entre elas os militantes do PSOL, Lucas Maróstica, e do PSTU, Matheus Gomes, além de anarquistas. No entanto, depois de quatro meses e meio do dia em que ocorreram os crimes, o inquérito ainda não foi finalizado.
Os investigados já foram ouvidos em depoimento. A Polícia Civil identificou outros envolvidos nos mesmos atos, mas não deve incluir novos nomes ao inquérito. Segundo o delegado Marco Antônio Duarte, ampliar as apurações iria atrasar ainda mais a conclusão dessa etapa. Nas próximas semanas, duas testemunhas devem ser ouvidas. Além disso, é preciso concluir a perícia em um computador apreendido na casa de um dos suspeitos.
¿Temos uma perícia pendente no IGP. É uma perícia complexa, enfim... E tão logo essa perícia retorne para cá, a gente espera finalizar essa análise documental, além de analisar todo o material que já foi produzido em relação a testemunhas¿, relata o delegado do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM).
O atraso na análise do computador é atribuído à interdição do prédio do Instituto Geral de Perícias (IGP), que não possui Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). Isso faz com que o trabalho do órgão sofra atrasos, já que setores foram transferidos para outros locais.
Inquéritos
Quanto às investigações, Marco Antônio Duarte relata que outras apurações estão em andamento, inclusive com mandados de busca e apreensão. Ao todo, mais de 90 inquéritos passaram pelo DPM. Até o momento, mais de 80 pessoas foram indiciadas.
Sem desfecho
Outros dois casos que chamaram a atenção nas últimas semanas também seguem sem um desfecho. Em um deles, três professores foram indiciados por danos a patrimônio histórico. Eles participaram de uma manifestação em 24 de setembro. Segundo as investigações, conduzidas pelo delegado da 1ª Delegacia de Polícia (DP) da capital, Paulo César Jardim, eles foram responsáveis por depredações no Museu Júlio de Castilhos e na Catedral Metropolitana. O inquérito chegou ao Ministério Público há mais de um mês e está parado, aguardando laudos do IGP.
No dia 18 de outubro, um grupo de manifestantes invadiu a agência consular dos Estados Unidos localizado na zona norte de Porto Alegre. Foram feitas pichações nas paredes do local e adesivos com mensagem antiamericana foram colados nos vidros. Seis pessoas foram indiciadas há 20 dias. O responsável pelas apurações é o titular da 9ª DP da capital, Alexandre Vieira. O caso também está parado no Ministério Público.
Descontentamento
Entre os delegados, há visível descontentamento com o Piratini devido a duas situações. Uma delas é referente a declarações do governador Tarso Genro no início das investigações. O chefe do Executivo gaúcho chegou a cogitar que poderia haver equívocos da Polícia Civil em relação às buscas realizadas na casa de militantes do PSOL e do PSTU. A outra diz respeito a reajustes salariais. A categoria pede o mesmo percentual oferecido ultimamente a procuradores e a defensores públicos.
Gaúcha
Inquérito que investiga participação de manifestantes em atos de vandalismo segue sem previsão de conclusão
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em casas de militantes políticos
Mateus Ferraz
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