Minha filha Fernanda Wainer tem duas lojas de doces, uma na Nilo Peçanha, aqui em POA, a outra nos Jardins, em São Paulo.
Minha filha querida viaja daqui para São Paulo e de lá para cá todas as semanas, é uma lutadora, pesquisou o mercado de doces e hoje é um verdadeiro mestre em tortas deliciosas.
E assim vai minha filha todos os dias, de POA para São Paulo, o que fazia também em quase toda a sua vida o cantor Martinho da Vila, que gravava e fazia shows entre Rio de Janeiro e São Paulo todas as semanas.
Minha filha deve cantar aquele samba do Martinho, viajando de lá para acolá: "Não sei se vou/ não sei se fico/ se fico aqui ou se eu fico lá/ se estou lá tenho de vir/ se estou aqui eu tenho de voltar".
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Por isso, em todas as lojas de doces que frequento, tenho curiosidade por comprar doces, comparando-os com aqueles que minha filha faz.
Anteontem fui a uma loja de doces dessas e apontei à atendente para um item que estava na vitrina:
- O que é aquele ali?
Ela me respondeu:
- Torta de bolacha.
"Mas onde está a bolacha, que não vejo?", perguntei à moça.
E ela calmamente filosofou: "O senhor não vê que eu sou uma pessoa cheia de ternura, no entanto o sou. A maioria das pessoas não enxerga as virtudes dos outros. Assim também se dá com os doces, o senhor não enxerga a bolacha nessa torta, mas ela está presente no gosto dela e na sua textura. Pode provar essa torta que o senhor vai topar com a bolacha".
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Há tortas de maçã, tortas de pêssego e abacaxi, até tortas de tamarindo, um fruto que dá no Nordeste e é muito delicioso.
Por falar nisso, frequento o mais espetacular restaurante de Porto Alegre, o Bateau Ivre, de propriedade do chef de cuisine Gérard Durand, francês, que faz pratos divinos.
Interessante é que o restaurante em tela é sensacional mas não é caro: há restaurantes inferiores em Porto Alegre que cobram muito mais caro.
E lá no Bateau Ivre eu como camarão com espaguete ao molho de tamarindo. Meninos, não existe nada mais saboroso.
Como diz o meu poeta Augusto dos Anjos, debruçado sobre árvore do seu quintal: "Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,/ tamarindo da minha desventura/ tu, com o envelhecimento da nervura/ eu, com envelhecimento dos tecidos".
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Amigos, esqueci-me de elogiar o gol feito pelo Riveros contra o Bahia. Ele foi estoico ao cabecear aquela bola que pertencia mais à ponta de chuteira do zagueiro adversário do que a ele. Mas ele cabeceou e lesionou-se com gravidade, o gol valeu a sua retirada de campo por séria lesão.
Interessante esse Riveros no lance. Ele é paraguaio, nasceu distante daqui, mas deu a vida para fazer aquele gol em favor de um Grêmio que ele nem conhecia, embora agora ofereça a sua dedicação ao clube que o contratou.
Ou seja, o profissionalismo também encerra, às vezes, admirável amadorismo. Por isso é que também se torce pelo profissionalismo.