O Ibsen Pinheiro é autor de uma frase instigante: "O sofrimento piora os maus e melhora os bons".
Vejo que esta sentença do Ibsen se adapta adequadamente a muitas agressões que sofri no início do mês por dois sacripantas.
Eles sofrem tanto ao reconhecerem a sua própria inferioridade intelectual que se atiraram à maldade de me detratar.
Os bons, portanto, se purificam com o sofrimento. Já com os maus, o sofrimento os torna ressentidos sempre e às vezes cruéis.
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Comecei assim, anteontem, meu discurso, por ocasião do aniversário de Fernando Ernesto Corrêa, o fundador da confraria: "Amigos, depois de tomar estas cervejas vou para casa. E lá serei recebido com beijos, carinhos e toda a sorte de atenções por minha mulher. O que significa isso? Significa só uma coisa: que errei de casa".
Gargalhada geral com a piada que iniciou o meu discurso.
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Outra frase que gostei muito a respeito do casamento: "Há casamentos perfeitos. E outros que duram para sempre".
Eu coleciono frases sobre o casamento, uma que recolhi nesta semana e achei ótima: "O melhor do casamento são as brigas. O resto tudo é mais ou menos".
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Em razão da instalação do novo e esplêndido refeitório aqui do prédio da RBS, readquiri, depois de 60 anos, um hábito da adolescência: tomar café da tarde.
Todos os dias, às 16h em ponto, dirijo-me ao refeitório com as colegas Maria Amélia e Suzete Braun. Lá apanho com uma tenaz folhados recheados de salgados e doces e pego na máquina uma Coca-Cola Zero, não consigo tomar café, é o único líquido, junto com o uísque, que nunca ninguém me viu beber.
Este novo café da tarde é a primeira refeição que faço no dia A segunda só vai acontecer lá pelas 22h, quase sempre em casa, de comida que levo empacotada do restaurante.
Este é meu novo hábito. Vou me desfazendo de alguns hábitos e adotando outros, a vida não é mais que isso.
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No momento em que vocês estão lendo esta coluna, estou viajando de carro com meu filho Jorge e meu neto Luca para Criciúma, onde logo mais, às 18h30min, o Grêmio enfrentará o Criciúma pelo Brasileirão.
Antes passo no Galeto do Régis, em Atlântida, e me alimento para enfrentar a jornada até o local da partida.
O que me leva a essa pequena odisseia? Sem dúvida, o fato de eu ser gremista, esta paixão inexplicável por três cores.
Serei um dos raros porto-alegrenses que vão ver o Grêmio jogar hoje à tarde em Criciúma. Não tenho ingressos, certamente os comprarei na beira do estádio, nos momentos próximos do jogo.
Mas lá vou eu, gremista até morrer, se é que se pode dizer assim de uma paixão imortal.