Com um segundo tempo irreconhecível, repleto de erros de passes e fartura de espaços no meio-campo para o Caracas jogar, o Grêmio dificultou a sua vida no Grupo 8 da Libertadores. Perdeu por 2 a 1, de virada, na Venezuela. Agora, o jogo contra o Fluminense, na Arena, dia 10 de abril, se transformou em decisão. E das mais tensas e dramáticas, já que o Fluminense segue líder.
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O curioso é que Grêmio deixou de encaminhar o primeiro lugar no grupo do jeito que imaginava conquistá-lo. Com o gramado esburacado do Estádio da Universidad Central de Venezuela (UCV), a ideia era fazer gols apostando em rebotes e chutes de fora da área. Pois o Grêmio é que levou gol assim, perdendo uma partida na qual poderia ter vencido antes do intervalo.
O Caracas mudou em relação ao 4 a 1 da Arena. Trocou um lateral direito defensivo, Quijada, por um ofensivo, Da Silva. Abriu mão do volante Jesús Mesa em nome do atacante Farías. Naturalmente ameaçou mais, empurrado pela escalação e a necessidade. Era vida ou morte para os lanternas do Grupo 8.
Logo no primeiro minuto, um susto. Balão para a área, a zaga rebate com defeito e o pernalta habilidoso Peña pega o rebote. Dida se estica e faz boa defesa no seu canto esquerdo. Pressão, caldeirão, fumaceira? Nada disso, ao menos por enquanto.
O Grêmio foi se adonando da partida com serenidade, ora trocando passes, ora buscando o lançamento em profundidade para Barcos e Vargas, quando o gramado esburacado impedia algo melhor.
O argentino, novamente recuando e achando espaço atrás dos volantes, comandava o Grêmio. Ele poderia ter aberto o placar já aos 7 minutos, ao girar sobre o zagueiro. Em seguida, aos 16, o gol. André Santos cruza com precisão milimétrica para Elano (que levou o terceiro cartão amarelo e não enfrenta o Fluminense) concluir de cabeça: 1 a 0.
Parecia que o Grêmio ia matar o jogo, mas faltou o instinto de liquidar o adversário. O Caracas só conseguia algo quando Otero tentava entrar o drible. Ou quando Da Silva avançava às costas de André Santos.
Então, a chance para o azar, quando nem a torcida vermelha acreditava mais, quieta que estava no estádio. Aos 47, no último lance do primeiro tempo, Peña repete o primeiro, a 1 minuto: chute rasteiro, desta vez no canto direito de Dida. Indefensável: 1 a 1.
O segundo tempo do Grêmio foi para esquecer. Desatenção, erros de passes a valer e marcação frouxa. O Caracas agradeceu o presente e foi para cima. O segundo gol, a 21, parecia futsal: bola de pé em pé até Curé cruzar rasteiro da esquerda e achar Farías dentro da pequena área.
Luxemburgo operou mudanças radicais. Tirou Fernando e colocou Weliton, armando o time em um 4-3-3. Elano, cansado e deixando o volante Guerra livre, deu lugar a Marco Antônio.
Por fim, um Vargas apagado (errou um passe que deixaria Barcos na cara do gol) saiu de cena em nome de Willian José. O Grêmio foi à frente, mas sem muita organização. O Grêmio se complicou.
Libertadores - Grupo 8 - 12/3/2013
CARACAS: 2
Baroja; Carabalí, Peraza, Sánchez, Amaral; Jiménez (Quijada, 19'/2ºT), Guerra, Otero e Peña (Vivas, 40'/2ºT); Farías e Cure (Febles, 34'/2ºT)
Técnico: Ceferino Bencomo
GRÊMIO: 1
Dida; Pará, Werley, Cris e André Santos; Fernando (Welliton, 27'/2ºT), Souza, Zé Roberto e Elano (Marco Antonio, 29'/2ºT); Vargas (Willian José, 32'/2ºT) e Barcos
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Gols: Elano (G), aos 17 min do primeiro tempo ; Peña (C), aos 47 min do primeiro tempo; Farías (C), aos 21 min do segundo tempo
Arbitragem: Óscar Maldonado, auxiliado por Efrain Castro e Arol Valda (trio boliviano)
Cartões amarelos: Peña, Guerra, Amaral (C); Vargas, Elano, Werley (G)
Local: Estádio Olímpico da Universidad Central da Venezuela (UCV), em Caracas, Venezuela.
Próximo jogo - Gauchão
Sábado, 16/3/2013, 18h30min
Grêmio x Lajeadense
2 a 1
Grêmio não consegue se impor, perde para o Caracas e se complica no Grupo 8
Equipe de Vanderlei Luxemburgo saiu na frente, mas acabou perdendo de virada na Venezuela
Diogo Olivier
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