O aposentado Cornélio Funkler Neto foi um dos primeiros a chegar ao local do acidente com o caça AMX que matou o piloto da Força Aérea Brasileira (FAB) André Ricardo Halmenschlager, 33 anos. Ele mora há cerca de 10 anos no interior de Zortéa (SC), às margens do Rio Pelotas, e já havia visto aviões da FAB passarem pelo local.
Na manhã de quinta-feira, no entanto, Funkler foi surpreendido por explosões, quando estava sentado na frente de casa e presenciou o acidente com o caça.
Leia trechos da entrevista que ele concedeu ao jornal Diário Catarinense:
Diário Catarinense - Como foi o momento do acidente?
Cornélio Funkler Neto - Fiquei impressionado com o barulho que a aeronave fazia. Ela parecia estar voando baixo, quando bateu na fiação. Foram duas explosões, e o avião caiu na mata. Os estouros foram muito altos e corri para chamar socorro.
DC - E o cenário do local?
Funkler - Telefonei para o socorro e peguei o barco para ver se tinha sobreviventes. Estava com medo de chegar perto porque a fiação caiu em cima do rio e poderia haver descargas elétricas. Coloquei botas de borracha e também tenho proteção de isolamento no barco, daí consegui chegar perto. Havia muita fumaça e bastante cheiro de combustível.
DC - O senhor foi o primeiro a chegar ao local do acidente?
Funkler - Cheguei praticamente junto com três homens que estavam roçando em uma mata próxima. Os destroços estavam muito espalhados e não tínhamos a mínima ideia de como procurar o piloto. Abriu uma grande clareira na mata e tinham muitos destroços espalhados pelo rio.
DC - Quando o senhor viu o avião passando, havia algum indício de falha técnica?
Funkler - Parecia estar tudo normal, embora ele estivesse voando baixo. Já tinha visto outros passarem por aqui e sabia que o barulho do motor é muito alto. O susto mesmo veio quando ocorreram as explosões, assim que a aeronave bateu nos fios. É uma coisa que vai ficar marcada para o resto da vida.