
Para marcar os últimos dias do Olímpico, ZH publica, às vésperas de jogos no estádio, estatísticas e curiosidades dos confrontos com o adversário do Grêmio. Confira o histórico dos duelos com a Ponte Preta:
Retrospecto no Olímpico
11 jogos
6 vitórias do Grêmio
3 vitórias da Ponte Preta
2 empates
Primeiro jogo: 12/2/1978, Brasileirão - Grêmio 1x0 Ponte Preta
Último jogo: 20/9/2006, Brasileirão - Grêmio 4x0 Ponte Preta
Maior goleada: 20/9/2006, Brasileirão - Grêmio 4x0 Ponte Preta
Placar mais repetido: 1 a 0 (três vezes)
A MAIS FELIZ DAS DERROTAS
Foto: Luiz Armando Vaz, Banco de Dados ZH

Talvez o Olímpico nunca tenha festejado tanto uma derrota gremista como naquela tarde de 26 de abril de 1981. O Grêmio perdeu para a Ponte Preta por 1 a 0, mas ganhou a vaga na final do Brasileirão _ jogou com o regulamento, pois havia vencido em Campinas por 3 a 2. O gol da Ponte foi marcado pelo meia Osvaldo, futuro ídolo tricolor (leia mais abaixo), aos 20 minutos do primeiro tempo, cabeceando no ângulo de Leão uma bola levantada pelo atacante Lola em cobrança de falta.
O gol nasceu de um erro do árbitro Maurílio José Santiago. Ele viu falta do lateral-direito Uchoa em lance com Lola. Uma "injustiça", digamos, com o jogador gremista, eleito o melhor em campo pela equipe de ZH que cobriu a partida. Uchoa havia ficado meses afastado do time, depois de uma jornada frustrada contra o ponta-esquerdo são-paulino Zé Sérgio, e voltara na semifinal por causa da expulsão de Paulo Roberto no Moisés Lucarelli. Disse à reportagem de ZH:
"Uchoa foi excepcional porque soube comportar-se taticamente com perfeição, marcando em cima, dividindo bolas, 'mordendo' como se diz na gíria."
O QUE ELES DISSERAM
A festa ao final da partida foi como um grito de alívio _ da torcida e dos próprios jogadores e comissão técnica, como destacou ZH:
"O Grêmio jogou muito mal" (De León, zagueiro)
"Valeu pela garra e superação. Tudo dava errado para nós" (Newmar, zagueiro)
"Todos pareciam nervosos" (China, volante)
"Foi o maior sufoco" (Renato Sá, meia)
"Acho que o erro foi entrar no jogo da Ponte" (Paulo Isidoro, meia)
"É bom porque acaba com a euforia. Perdemos e tivemos falha" (Ênio Andrade, técnico)
NÚMERO
98.421
torcedores assistiram à partida (com 85.751 pagantes). É o recorde de público na história do Olímpico.
COINCIDÊNCIA
Como no Brasileirão de 1981, o Grêmio em 2012 pega a Ponte Preta e depois receberá o São Paulo. Mas essa história fica para o próximo Túnel do Tempo.
POR ONDE ANDA?
Foto: Antônio Pacheco, Banco de Dados ZH

Aos 53 anos, Osvaldo é hoje proprietário de uma oficina mecânica e de uma loja de auto-peças em Santa Bárbara d'Oeste, interior paulista. Até o ano passado, atuava como comentarista esportivo de uma rádio local. "Voltar ao mundo da bola" faz parte dos planos do pai de Francielli, 25 anos, e Mirella, 21, ambas "gaúchas" _ a mulher de Osvaldo é de Porto Alegre. Ainda que a carreira tivesse prosseguido em clubes também tradicionais, como Santos e Vasco, foi no Olímpico que ele diz ter se realizado. Sem modéstia, pede que se faça uma campanha para ter seu nome incluído na Calçada da Fama, que será transferida do Olímpico para a Arena.
Zero Hora _ Qual a sensação de ter participado do jogo de maior público da história do Olímpico?
Osvaldo _ Na hora do jogo, nem reparamos que estava tão cheio. Depois é que vieram os comentários. Até hoje se fala nisso.
ZH _ Aquele gol pela Ponte Preta lhe abriu as portas do Grêmio?
Osvaldo _ Sempre pensei em atuar por um clube grande. A negociação foi iniciada pelo cônsul do Grêmio em Campinas, aproveitando que o Paulo Isidoro iria embora.
ZH _ O que significou o Grêmio em sua carreira?
Osvaldo _ Foi meu grande salto como jogador, o clube que me deu a realização profissional. Na Ponte Preta, tinha sido vice paulista em 1979 e em 1981. No Grêmio, participei das maiores conquistas. Quer dizer, eu não era pé frio.
ZH _ Você era o que se chamava de ponta de lança. Ainda existe essa função no futebol?
Osvaldo _ Igual a mim, ninguém.
ZH - Quais eram suas maiores virtudes?
Osvaldo _ Eu chegava à frente, fazia gols e voltava para marcar. Naquele tempo, os times tinham só um volante. Eu corria para caras como Mário Sérgio, Renato Portaluppi, Dicá, Marco Aurélio (com os dois últimos, atuou na Ponte Preta).
ZH _ Você ainda acompanha o Grêmio?
Osvaldo _ Claro. Sempre me comunico com China e Mazaropi. O presidente Fábio Koff vai voltar, não é? Li no Facebook. Vou telefonar para ele. Dia 8 de dezembro estarei aí. Só falta não me convidarem para a inauguração da Arena (risos).
A GOLEADA QUE ERA PRA TER SIDO NO OLÍMPICO
Foto: Banco de Dados ZH

No dia 13 de novembro de 2004, pelo Brasileirão, o Grêmio aplicou a maior goleada na história do confronto com a Ponte Preta: 6 a 1. O time era mandante, mas jogou longe de casa, no Bento Freitas, em Pelotas _ havia sido punido por conta de objetos arremessados para o gramado no Gre-Nal de 23 de outubro (derrota por 3 a 1). Foi o jogo em que o então presidente Flávio Obino pediu a palavra na preleção do técnico Cláudio Duarte para contar a história de superação do cavalo americano Seabiscuit, para inspirar o Grêmio, que remava contra o descenso. Os gols _ cinco deles no segundo tempo _ foram marcados por George Lucas, batendo falta (cavada por Christian), Christian (duas vezes, ambas de cabeça em cobranças de escanteio), Felipe Melo, de pênalti (sofrido por Christian), Roberto Santos (quem lembra dele?) e Fábio Bilica (quem quer lembrar dele?!?). Como todos gremistas lembram, a goleada não adiantou nada: a equipe acabou rebaixada.
A GOLEADA QUE FOI NO OLÍMPICO
Foto: Ricardo Duarte, Banco de Dados ZH

Quase dois anos depois, no seu retorno à Série A, o Grêmio fez 4 a 0 na Ponte. No feriado de 20 de setembro, os gols foram de Hugo, Lucas e Herrera (dois). O time do técnico Mano Menezes ocupava a vice-liderança então _ acabou na terceira colocação, com vaga na Libertadores.