O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começou tranquilo neste domingo em Porto Alegre, com um sol forte incrementando a venda de água mineral em frente às escolas onde a prova é aplicada e a Redação mobilizando a atenção a maioria dos estudantes. Dentro de carros estacionados em frente ao Colégio Julio de Castilhos, jovens faziam as últimas leituras no material de estudo. Nas escadas da entrada do prédio, concorrentes formavam uma fila, boa parte deles com garrafas de água em mãos.
Pouco menos de uma hora antes do início do exame, Débora Hoffmann, 18 anos, relatou ter mais receio com a Redação do que com a prova de matemática. A dificuldade da garota era com a pontuação. Ao lado dela, Dienifer Jacobsen, 20 anos, também temia a Redação, mas por outro motivo: as novas regras ortográficas.
- Em matemática, me dou bem. Já a regras ortográficas eu sei bastante, mas a Redação me preocupa porque é a prova que mais vale - disse.
Nervosismo levou estudante a posto de saúde e hospital
Em frente ao Instituto de Educação, Ethieny Souza Fernandes, 18 anos, aguardava há uma hora junto à mãe, Marcia Souza, 35 anos, e ao padrasto, Wagner Santana, 28 anos. Terminava no domingo uma longa angústia. Enfurnada em casa para estudar - especialmente matemática, o seu fraco -, Ethieny passou mal na terça-feira, com enjoo, dores no estômago e de cabeça. Levada ao posto de saúde da Restinga, foi medicada contra o enjoo. O mesmo ocorreu à 1h deste domingo. Com os mesmos sintomas, foi levada ao Hospital Mãe de Deus.
- O médico disse para ela ficar tranquila. Acho que era isso que ela precisava ouvir - relatou a mãe.
Debaixo de uma sombra junto ao portão do prédio, mãe e padrasto tranquilizavam a jovem. Tinham se deslocado desde o bairro Belém Novo justamente para dar apoio à garota.
- Sempre tive dificuldade em matemática, e a do Enem é mais difícil. Treinei fazendo exercícios durante algumas semanas - afirmou.