A Promotoria de Justiça Criminal de Gravataí apresentou denúncia nesta sexta-feira contra os policiais Alex Olguerd Danielewicz Filho, Cleber Custodio Furquim e João Paulo Heitaro, do núcleo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), do Paraná, por homicídio qualificado.
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De acordo com o promotor André Luis Dal Molin Flores, que também pediu o afastamento do trio do Tigre, o sargento da Brigada Militar Ariel da Silva foi morto pelos policiais com quatro disparos de arma de fogo, na madrugada de 21 de dezembro do ano passado.
Os policiais, segundo o Ministério Público (MP), monitoravam uma quadrilha que havia sequestrado dois agricultores paranaenses e que estaria os mantendo em cativeiro no município. No entanto, as autoridades locais não teriam sido avisadas sobre a investigação.
Por volta de 1h, no cruzamento da ERS-020 com a Rua Sílvio de Freitas, um dos policiais teria disparado quatro vezes contra o policial militar de dentro do carro em que transitavam. O sargento, segundo a denúncia do MP, teria atirado somente após ser baleado, enquanto caía da motocicleta que conduzia. Conforme o promotor Flores, foram os agentes paranaenses que agiram de forma ilícita.
A denúncia ainda diz que o crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, já que o PM estava em uma motocicleta, enquanto que os paranaenses não podiam ser vistos em virtude de película escura nos vidros do automóvel.
O homicídio teria sido cometido através de meio que resultou em perigo comum, já que foi utilizada uma metralhadora em via pública e dois tiros acertaram residências próximas, constatou o MP.
Relembre o caso
- Na madrugada do dia 21 de dezembro, o PM de folga Ariel da Silva desconfiou de um carro com placas do Paraná parado perto de sua casa. Ao chegar perto do veículo, recebeu uma rajada de metralhadora. Dentro do carro, estavam policiais paranaenses que investigavam um sequestro sem o conhecimento das polícias gaúchas.
- À tarde do mesmo dia, uma segunda equipe paranaense chega a Gravataí. Ela circulava acompanhada de um carro discreto da Polícia Civil gaúcha à procura do cativeiro. A Brigada Militar não é informada da operação, e uma viatura aborda os investigadores. Neste momento, o veículo dos sequestradores é visto saindo de uma garagem. Na troca de tiros, o delegado gaúcho Leonel Carivali dispara e mata um dos dois reféns, o fazendeiro Lírio Persh.
Operação Desastre
Policiais civis paranaenses são denunciados pela morte de sargento da Brigada Militar em Gravataí
Conforme o Ministério Público, agentes atiraram primeiro em Ariel da Silva, que foi alvejado por quatro tiros
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