Sairá bem caro para Jô e Jajá a noitada no Rio depois da eliminação para o Fluminense. Nesta segunda, a direção do Inter se reúne com o departamento jurídico para estudar que medidas serão tomadas com os dois jogadores. O certo é que serão severas.
Jô está fora do Inter, com contrato rescindido ou, o mais provável, repassado a um outro clube. Jajá ainda terá seu futuro estudado no Beira-Rio. A escapada dos dois na quinta-feira revoltou do presidente ao mais jovem do grupo. Muito pela falta de comprometimento com os companheiros e com o clube.
Depois da partida contra o Fluminense, Jô e Jajá saíram do Engenhão e só apareceram às 10h30min de sexta-feira no Hotel Excelsior, o QG da delegação em Copacabana. Os jogadores estavam em regime de concentração, já visando à final contra o Caxias.
O Inter, inclusive, marcou o voo para as 14h45min para que todos tivessem tempo para dormir e descansar da partida da noite anterior - afinal, voltaria a campo em menos de 72 horas, o tempo mínimo recomendável para o descanso de um atleta.
Neste domingo, ao final da decisão, apesar da taça e das comemorações, era nítido o aborrecimento de dirigentes com a derrapada de Jô e Jajá - afastados desde sábado pela manhã, nem compareceram ao estádio ontem. Os líderes do grupo também condenaram a postura dos dois. Um deles, em conversa reservada ao sair do vestiário, não escondeu o descontentamento.
- Imagina se perdêssemos essa decisão? O torcedor juntaria a eliminação na Libertadores, a queda para o Caxias e mais esse episódio na conta. Isso sem dizer que todos os grupo estavam abatidos pela derrota no Engenhão. Era hora de estar junto - disse.
Dorival Júnior, ao comentar o afastamento da dupla, após a conquista do Gauchão, foi fulminante e definitivo:
- Problemas como esse, o próprio grupo acaba eliminando. Prefiro contar com quem está integrado e focado, com quem viva e goste do clube. Temos por obrigação valorizar esses. Tem que ter dignidade profissional, é o máximo que você pode deixar para um clube. Ninguém compra. Dignidade você tem ou não tem. Se não tiver, não pode vestir a camisa do Inter.
Os problemas disciplinares de Jô já eram de conhecimento de todos. Esperava-se que sossegasse depois das duas semanas de treinos no CT de Alvorada para repensar as festas em sua casa e a ausência na viagem a La Paz, para enfrentar o The Strongest, pela Libertadores. Jajá estava sendo monitorado. Alugou casa em condomínio de luxo na Zona Sul e já era famoso entre os vizinhos pelas madrugadas mais longas, devido a churrascos e roda de pagode, que duravam até 10 horas.
Dorival chegou a mudar a programação devido às noitadas do meia. Havia concedido folga para os jogadores no domingo que antecedeu a viagem para o Peru, iniciada numa terça-feira. Mas reuniu o grupo e disse que a cancelaria e marcaria treino para a manhã. A ideia era evitar que houvesse exageros na noite de sábado.
A medida de Dorival foi uma estratégia para que o próprio grupo enquadrasse o meia. Funcionou. Os líderes procuraram o técnico e se comprometeram que não haveria deslizes. Em seguida, chamaram a atenção de Jajá. Que ouviu e engatou série de boas atuações. Contra Fluminense, Grêmio e Caxias, acabou como destaque. Agora, conseguiu comprometer a sua imagem no clube.