O treinamento de cães de raças como rottweiler e pitbull é voltado para a defesa de casas e, muitas vezes, para o ataque de pessoas. E é aí que está o risco de tragédias como a de Capão da Canoa, no Litoral Norte, onde, na terça-feira, Gustavo Luís Gomes de Souza, cinco anos, foi morto por um cachorro, cruza de rottweiler e pitbull.
- Tem de haver muito cuidado com as crianças. Um menino pode entrar no ambiente de um cão dessas raças, e o cachorro achar que ela está indo contra os seus donos. Então, o animal pode reagir - avalia Norma Centeno Rodrigues, especialista em comportamento animal e diretora do Sindicato dos Veterinários do Rio Grande do Sul.
E como evitar que crianças entrem nesses locais? Difícil, admite Flávio Porto, dono da Protecães, empresa que cria 2.730 cães e os aluga para guarda. Uma das saídas é usar o máximo de contenção: focinheiras, guias, chips rastreadores, muros, grades e canis. Porto não aconselha que crianças brinquem com cães de guarda ou se aproximem deles - mesmo que sejam filhos do dono do animal.
No Estado, desde 2005, há uma lei para tratar da posse de cães ferozes, mas ela é ignorada. Quem diz isso é o autor do projeto que se transformou na Lei 12.353/05, o hoje deputado federal Giovani Cherini (PDT) - na época deputado estadual:
- O decreto fez uma previsão de multa, mas sem definir quais sanções e como seriam aplicadas. É insuficiente. Os donos continuam sabendo que não serão punidos em caso de mortes.
Fique atento
- Há famílias que têm cães de raças ferozes destinados à companhia. Em princípio, eles respeitam crianças, mas podem reagir de forma inesperada caso considerem que a casa ou os donos estão ameaçados;
- Crianças e idosos não devem se aproximar desses animais, mesmo quando eles são da família;
- Quando os cães estiverem na rua, devem sempre ser conduzidos com focinheira.
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