O sucesso começou em setembro de 2010, com o vídeo Não Fecha a Porta, Tá? Tranquilo? Nele, uma Isabela indignada reclama com o pai por ele ter fechado a porta de casa quando ela queria "olhar para fora".
- Tranquilo? - encerra ela, com um sinal de positivo, depois de argumentar por quase um minuto.
Foi o suficiente para virar fenômeno. A publicação do vídeo em sites de humor deu visibilidade e rendeu a parceria com o YouTube. Assim, a família recebe parte do lucro resultante de anúncios veiculados com os vídeos - nesta segunda, eram 11 no total.
O dinheiro paga consultas médicas, tratamentos de fisioterapia, hidroterapia e até aulas de balé. O que sobra vai para uma poupança, que Isabela vai poder usar para bancar os estudos quando crescer.
Em entrevista, o pai de Isabela fala mais sobre o sucesso da filha. Leia:
Como começou a história do vídeo?
A Isabela sempre foi muito arteira, ativa. E eu, como pai, estou sempre preparado, com a câmera na mão. Naquele vídeo (Não fecha a porta, tá? Tranquilo?) ela argumentava tanto, de forma tão engraçada, que ficou muito bom e inesperado. Colocamos no ar e teve uma repercussão enorme na mídia. Depois de sair em sites de humor, bombou totalmente.
Vocês imaginavam que o vídeo poderia ter tanto sucesso?
Eu sabia que o vídeo era bom, com certeza. Mas a repercussão nacional é incrível. Um ano depois de publicar, continuo dando entrevista sobre o assunto. Não esperava que essa pequeninha se tornasse um ícone da internet. Há alguns meses, estávamos na Rua das Andradas, no centro de Porto Alegre, e várias pessoas reconheciam ela na rua. Nós paramos para almoçar e as pessoas nos atacavam parar tirar fotos, uma relação de fã com ela.
O carisma de uma menina de três anos em vídeos publicados no YouTube ajudou a pagar o tratamento para um problema que a criança tinha no braço. Mais de 29 milhões de acessos garantiram o repasse de parte da receita com publicidade do site para a família que mora em Montenegro, no Vale do Caí.
- É irônico, quase inacreditável, mas uma criança de dois anos paga seu próprio tratamento - diz o pai de Isabela, Felipe Horst, 28 anos.
Ele é o responsável por "traduzir" as falas da filha nos vídeos . Felipe, que é designer gráfico e web designer, morava com Isabela em Goiás quando fez as primeiras gravações.
Veja o video Não fecha a porta, tá? Tranquilo
Como a Isabela lida com essa situação?
Deixamos ela lidar como quiser com essa vida de artista mirim. Ela só tira fotos e conversa com as pessoas se quiser, quando quiser. Ninguém força ela. As vezes, ela encara com mau humor, como qualquer criança.
E como está o tratamento de Isabela?
Ela sofreu uma ruptura nos nervos do braço e a cirurgia reconstruiu isso. É um procedimento delicado, mas tem bastante probabilidade da recuperação do movimento. Esperamos que ela continue evoluindo até os cinco anos de idade. E, provavelmente, ela vai ter de fazer fisioterapia até a adolescência.