A prisão de mais um indígena suspeito de participação no assalto a banco de Gramado dos Loureiros, que deixou uma pessoa morta e outra ferida na manhã de quarta-feira, deu novas pistas à polícia civil de Nonoai, que investiga o caso.
Sônia Mara Pinheiro, 27 anos, foi presa em flagrante na noite de quarta-feira, na reserva indígena de Bananeiras, em Nonoai. Na casa dela foram encontradas 20 buchas de cocaína, crack, celulares e objetos suspeitos que podem ter sido usados no assalto.
Sônia é mulher do indígena Nilson Inácio, 40 anos, que já havia sido preso na tarde de quarta-feira, na mesma reserva. Ele e o caingangue Marcos Nascimento foram presos numa Saveiro preta, que teria sido utilizada na rota de fuga dos bandidos. Logo após o assalto, os cinco homens teriam fugido num Honda City prata (antes identificado como um Corolla). Na estrada vicinal que leva à reserva indígena de Bananeiras, eles abandonaram o carro e atearam fogo, e dali, passaram a ser transportados pelos indígenas na Saveiro.
A polícia suspeita que Nilson Inácio tenha ajudado a planejar o crime. Ele cumpria pena por homicídio em Xanxerê (SC) e estava em liberdade condicional. Todos os dias, era obrigado a apresentar-se no escritório da Brigada Militar de Gramado dos Loureiros, a poucos metros do banco que foi assaltado.
Marcos Nascimento é filho do cacique da Reserva Indígena, Zé Lopes Nascimento, e irmão do vice-prefeito de Gramado dos Loureiros, Erpone Nascimento. O envolvimento de indígenas no crime surpreendeu a comunidade e indignou os próprios índios, que teriam auxiliado nas buscas.
Os presos tiveram prisão preventiva decretada e estão detidos no Presídio de Sarandi. A polícia civil de Nonoai começa hoje a ouvir testemunhas. Eles tentam identificar os outros participantes do assalto, que teriam matado a tiros o funcionário da prefeitura Valdecir Batista e baleado o assessor do Palácio Piratini, Alivino Machado, que continua internado na UTI do Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo, em estado gravíssimo.