Noémi Gelle é técnica de ginástica rítmica da Hungria e ela virou assunto no mundo todo na quinta-feira (8) por fazer um gesto durante a transmissão da competição nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Ao lado da ginasta Fanni Pigniczki, durante as apresentações nas classificatórias do individual geral, a treinadora fez um gesto com a mão em formato de "OK".
O problema dessa ação é que nos últimos anos passou a ser usado por grupos da extrema direita por formar as letras de WP, sigla para "white power" (poder branco). Gelle estava aguardando a nota da sua atleta até que a câmera focou nas duas e a treinadora fez o gesto considerado supremacista branco.
O Comitê Olímpico da Hungria se manifestou sobre o assunto e negou que a intenção da profissional tenha sido cruel. De acordo com a organização, o objetivo da treinadora "era que o desempenho de sua atleta fosse uma marca de excelência" e que "não há conteúdo intencional em seu sinal".
A Federação Internacional de Ginástica (FIG) declarou estar ciente do ocorrido, mas não emitiu nenhum posicionamento oficial, assim como o Comitê Olímpico Internacional (COI).
Esta não foi a primeira vez que uma polêmica relacionada à este gesto veio à tona durante os Jogos. Na última semana, um funcionário terceirizado da equipe oficial de transmissão da Olimpíada teve sua credencial cancelada após ter feito um gesto associado ao movimento supremacista branco para as câmeras.
Em dois momentos em que aparecia ao vivo durante a final do skate street feminino, o homem fez o sinal de "OK" com as mãos. Esse símbolo passou a ser usado em fóruns online da extrema direita nos últimos anos. Em 2019, a Liga Anti Difamação dos EUA reconheceu o símbolo como expressão de supremacia branca.