Ademar Ferreira da Silva, Nelson Prudêncio, João do Pulo e, quem sabe, Almir Junior ingresse nesta sexta-feira (9) na lista de triplistas brasileiros medalhistas olímpicos. Depois de 16 anos, o Brasil volta a ter um atleta na final do salto triplo. O sogipano entra na pista às 15h13min, com pontualidade parisiense, muito parecida com a britânica nesta edição dos Jogos.
Um salto que pode recolocar o país no pódio da prova, o que não acontece desde a histórica final dos Jogos de Moscou em 1980, em que João do Pulo foi prejudicado pela arbitragem e ficou com o terceiro lugar, atrás de dois soviéticos. Mato-grossense de nascimento, Almir, de 30 anos, tem metade da vida ligada a Porto Alegre e disputa sua primeira final olímpica.
Na fase classificatória, o triplista da Sogipa saltou 17m06cm, se classificando na quinta colocação no único salto válido nas suas três tentativas – nos outros ele queimou pisando na tábua de aproximação. Em primeiro, com 17m44cm, passou o português Pedro Pichardo, campeão em Tóquio e favorito ao ouro. Medalhistas em Tóquio, Hugues Fabrice Zango (bronze) e Zhu Yaming (prata) também estão na final.
Na prova que decidirá o campeão olímpico de 2024, os 12 finalistas têm direito a três saltos cada, os quatro últimos são eliminados. Os oito que seguem vivos terão mais três oportunidades para melhorar suas marcas.
— A gente compete com os outros, mas também com nós mesmos. Quero fazer o meu melhor — ressaltou no microfone da Rádio Gaúcha, após a classificação.
Nas Olimpíadas de Tóquio, Almir não foi além da 23ª colocação, com um salto de 16m27cm, 79 centímetros a menos do que a distância atingida na fase preliminar em Paris, ainda longe de sua melhor marca. Seu recorde pessoal também foi na França. Em um meeting em 2018, ele atingiu 17m53cm, distância que teria lhe dado uma medalha na edição passada dos Jogos.
— Ele teve muita dor no joelho esquerdo naquela final. Aí resolvemos trocar de perna no salto. Ele saltava com a esquerda e passou a saltar com a direita. Para nós, não é surpresa, qualidade ele tem para, quem sabe, chegar a uma medalha. Espero que as coisas aconteçam para ele — observa José Haroldo Loureiro Gomes, o Arataca, técnico de Almir na Sogipa.
O país não tinha um representante na final do salto triplo desde 2008, quando Jardel Gregório foi o nono colocado. Em uma final que é um reencontro com o atletismo brasileiro, Almir está a um salto perfeito de encontrar um lugar ao lado de Ademar Ferreira da Silva, Nelson Prudência e João do Pulo
Medalhas do Brasil no salto triplo
- Ademar Ferreira da Silva (ouro em 1952 e 1956)
- Nelson Prudêncio (prata em 1968 e bronze em 1972)
- João do Pulo (bronze em 1976 e 1980)
Alison dos Santos tenta outro pódio
Quem repete um caminho para a final desta sexta-feira é Alison dos Santos. Bronze em Tóquio nos 400m com barreira, Piu espera ter, a partir das 16h45min, um desempenho melhor do que na semifinal para subir mais uma vez ao pódio.
Ainda que tenha tido uma performance mais lenta do que a esperada, o brasileiro terminou com o quarto melhor tempo do dia, mas viveu momentos de tensão até a finalização das duas baterias posteriores a sua.
O favorito ao ouro e ao bicampeonato olímpico é o norueguês Karsten Warholm. Prata há três anos, o americano Rai Benjamin também está na final. Os dois terminaram em primeiro lugar em suas baterias.