O ouro inédito que era sonho quando estreou nas Olimpíadas, há 20 anos, segue sendo o principal objetivo de Marta. Com 38 anos, ela disputará sua sexta (e última) edição dos Jogos. A aposentadoria da Seleção está marcada para o final desta temporada, e a expectativa é por encerrar esse ciclo de forma vitoriosa. O primeiro passo para buscar a medalha dourada é nesta quinta-feira (25), às 14h, diante da Nigéria.
— Não vai faltar vontade, garra pra gente ir em busca desse sonho, que não é só das atletas, mas de uma nação. Estamos trabalhando muito e acredito que teremos a oportunidade de mostrar isso desde o primeiro momento quando estivermos nas Olimpíadas, que é uma competição difícil, de muito equilíbrio — disse a atacante.
Em Paris, a camisa 10 ainda tem a chance de marcar (ainda mais) o seu nome na história das Olimpíadas e do Brasil. Se fizer dois gols, ultrapassará Cristiane e se tornará a maior artilheira da história dos Jogos. E não só isso. Se balançar as redes, ampliará um recorde que já é dela: a única futebolista (entre homens e mulheres) a marcar em seis edições dos jogos. Atualmente, ela é a única que fez gol em cinco Olimpíadas.
Por último, o maior entre os objetivos: o ouro. Foi com Marta que o Brasil terminou no pódio nas edições de Atenas 2004 e Pequim 2008, com duas pratas. A prestigiada geração que também tinha Cristiane e Formiga marcou época e ajudou a mudar o patamar do futebol feminino no país. Agora, apenas com Marta (pela primeira vez), a Seleção buscará o lugar mais alto do pódio.
Uma nova geração
Se por um lado Paris marcará o encerramento de ciclo para uma geração histórica, também será o início para 14 atletas. Além de Marta, apenas a atacante Ludmila, a lateral Tamires e a zagueira Rafaelle já disputaram os Jogos.
— Muitas dessas jogadoras não participaram das Olimpíadas ou de uma competição importante. Isso pode significar para alguns, né? "Ah, ela não teve essa experiência, ela não está preparada". Na minha visão, sempre otimista e dentro das decisões que eu tomo, acredito que essas jogadoras vão chegar desfrutando e com muita confiança para mostrar que elas são as novas jogadoras da Seleção — explicou o técnico Arthur Elias.
Essa mescla será vista já na primeira escalação. As quatro experientes devem ser titulares, ao lado de meninas que foram formadas nas categorias de base da Seleção e agora terão responsabilidade dobrada.
— O foco é muito grande, e a hora que a bola rolar, vamos estar preparados demais. A Seleção e eu, também, para o antes e durante, na condução desse grupo para um resultado expressivo na Olimpíada — afirmou o treinador.
Desde a primeira edição dos Jogos, o Brasil nunca foi derrotado na estreia. Até então, são cinco vitórias e dois empates na rodada de abertura. A expectativa é por aumentar esse retrospecto em Paris, no difícil grupo que ainda conta com Japão e Espanha.
Quem é o primeiro adversário
Do grupo brasileiro, a seleção nigeriana foi a última a confirmar classificação. No torneio pré-olímpico da Confederação Africana de Futebol, conquistou a vaga após eliminar a África do Sul.
Ao longo da temporada, foram cinco amistosos realizados, com dois empates, duas vitórias e uma derrota. Além de dois gols marcados e um sofrido. O último teste foi em 17 de junho, antes de viajar a Paris, no tropeço por 1 a 0 para o atual campeão olímpico Canadá.
A Nigéria disputou os Jogos pela primeira vez em 2000. Com isso, foi a primeira seleção africana a participar do torneio. A melhor campanha foi em 2004, quando chegou às quartas de final, mas foi eliminada pela Alemanha após derrota por 2 a 1.