Com a provável ausência de Matheus Cunha, o técnico André Jardine prepara uma mudança tática no ataque da seleção brasileira para a semifinal dos Jogos Olímpicos, contra o México, nesta terça-feira (3). Ainda que considere um desfalque importante, o treinador pretende aproveitar a oportunidade para tornar o setor ofensivo da equipe mais imprevisível.
— Estamos lamentando muito, mas (a ausência de Matheus Cunha) nos abre a possibilidade de dar uma cartada tática e fazer algo que o México não espera. Trabalhamos com três ideias e treinamos uma, que não vou abrir. Mas encontramos, sim, uma solução que acho que vai ser muito boa — disse Jardine.
Oficialmente, a seleção ainda não trata Matheus Cunha como desfalque. O atleta ainda será reavaliado momentos antes da partida. Porém, como há uma suspeita de lesão muscular, é improvável que o atleta tenha condições de iniciar. Neste caso, o substituto mais cotado é o atacante Paulinho, embora o também atacante Malcom corra por fora.
— O Paulinho é um jogador que atua tanto por dentro como por fora, com boa capacidade de finalização, de potência e de velocidade. Já o Malcom é um jogador mais de beirada de campo, que joga de forma muito parecida com o Antony. Se eu resumir a essas duas opções, eu facilitaria a vida do México e faltaria com a verdade aqui. Temos trabalhado com mais alternativas, e todas as opções eu considero ótimas para tentar surpreendê-los — completou o treinador.
Outra possibilidade mais remota seria a utilização do meia Reinier como uma espécie de falso 9, já que a seleção não possui um outro atacante de área ou alguém com as mesmas características de Matheus Cunha.
Na escolha do substituto do seu 9, André Jardine leva em consideração, acima de tudo, as características do adversário. Desta vez, o técnico espera um jogo com mais espaço para atacar, pois os mexicanos não têm por vocação atuar de forma defensiva.
— O México sempre vem com uma seleção forte. Acredito que será um jogo um pouco mais aberto do que os últimos, pois os adversários que enfrentamos depois da Alemanha trabalharam para se defender demais. Creio que as duas equipes vão duelar, se atacar, e com isso será um jogo mais gostoso de se ver. São equipes que jogam um jogo coletivo, ofensivo e que têm atacantes habilidosos dos dois lados, com potencial de drible — finalizou.
O provável time do Brasil tem: Santos; Daniel Alves, Nino, Diego Carlos e Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães e Claudinho; Antony, Paulinho (Malcom) e Richarlison. O jogo contra o México, nesta terça, será às 5h (horário de Brasília), em Kashima.
Provável escalação do México: Ochoa; Lorona, Montes, Vasquez e Angulo; Rodriguez, Cordova e Romo; Lainez, Martin e Vega.
Se vencer os mexicanos, o Brasil disputará a medalha de ouro no domingo, contra o vencedor do confronto entre Espanha e Japão. Em caso de derrota, a pelo bronze será na sexta.