O Brasil esteve muito perto de conquistar nesta quarta-feira (9) sua primeira medalha no Campeonato Mundial de Judô, que está sendo realizado em Budapeste, na Hungria. O pódio escapou de Ketleyn Quadros, que perdeu a disputa do bronze da categoria meio-médio (até 63 quilos) feminina.
A judoca brasiliense de 33 anos, que defende a Sogipa, venceu suas duas primeiras lutas contra Laura Fazlin, do Kosovo, e Alisha Galles, dos Estados Unidos, mas nas quartas de final foi derrotada pela eslovena Andreja Leski, que terminou a competição com a medalha de prata.
Com a derrota, a primeira judoca brasileira a ganhar uma medalha olímpica, o bronze nos Jogos de Pequim 2008, foi para a repescagem. Derrotou a húngara Szofia Özbas, campeã mundial juvenil de 2019, e enfrentou a holandesa Sanne Vermeer em busca de um lugar no pódio.
O começo de Ketleyn foi muito bom. Agressiva, ela conseguiu um waza-ari e ficou em vantagem. Porém, Vermeer devolveu na mesma moeda e igualou a disputa. A holandesa pareceu estar melhor fisicamente na reta final da disputa e acabou conseguindo um ippon a 55 segundos do final do combate.
— Hoje foi um dia muito emotivo para mim, desde a primeira luta. A superação, as vitórias e o aprendizado de cada luta foram muito importantes e gratificantes. Merecia o bronze. Foi no detalhe, e fiquei chateada na hora, mas hoje meu coração se encheu de muita gratidão. Eu me senti amada e acolhida. Sensação indescritível— afirmou.
Apesar de terminar na quinta posição, Ketleyn Quadros garantiu vaga nos Jogos de Tóquio, superando sua companheira de clube, a gaúcha Aléxia Castilhos, que começou o Mundial vencendo a britânica Amy Livesey por ippon e logo depois bateu a filipina Kiyomi Watanabe por waza-ari. Porém, nas oitavas de final, ela não resistiu à cubana Maylin del Toro Carvajal, atual campeã dos Jogos Pan-Americanos, e foi batida por ipoon, dando adeus à disputa por medalhas e a vaga olímpica.
— Eu só tenho que agradecer a Deus, minha família, meu noivo lindo por tanto amor e dedicação, toda comissão técnica da CBJ, meu clube, a SOGIPA, na liderança do sensei Kiko, meus amigos, psicólogo, parceiros de treinos, vizinhos, assessoria, meus professores e todos que torcem por mim. Sabemos o quanto lutamos para chegarmos até aqui. Depois de 13 anos, estou indo para minha segunda Olimpíada com o coração feliz e agradecida. Sem dúvida, sou privilegiada e muito abençoada —comentou Ketleyn sobre a vaga olímpica.
A campeã foi a francesa Clarisse Agbegnenou, que se sagrou pentacampeã mundial. A francesa de 28 anos foi prata nos Jogos Rio 2016 e ainda tem mais duas pratas mundialistas.
Entre os homens, o meio-médio (até 81 quilos) Eduardo Yudy também parou nas oitavas de final. Depois de vencer Baker Alzidaneen, da Jordânia, e Sung-hoo Lee, da Coreia do Sul, ele foi derrotado pelo belga Mathias Casse, que acabaria levando a medalha de ouro em final contra Tato Grigalashvili, da Geórgia.
Apesar da derrota nas oitavas, Yudy obteve pontos importantes e entrou na zona de classificação direta para os Jogos Olímpicos de Tóquio. O outro representante brasileiro, Guilherme Schimidt, parou na primeira luta.