A Sogipa realizou nesta quarta-feira (30) a apresentação da sua equipe que irá para a Olimpíada de Tóquio, que começa oficialmente no próximo dia 23 de julho. Os Jogos do Japão não são inéditos apenas por terem sidos adiados de 2020 para 2021, mas também porque o clube gaúcho irá mandar a sua maior delegação para o grande evento poliesportivo do mundo, com sete atletas — cinco no judô e dois no atletismo (salto triplo e salto em distância).
O número supera a expectativa prevista pela diretoria da Sogipa, que no começo do ciclo olímpico, ainda em 2016, havia projetado cinco atletas em duas modalidades (o que também foi alcançado).
O que segue em aberto é a quantidade de medalhas (projeção de duas), algo que aconteceu apenas em Londres, quando Felipe Kitadai e Mayra Aguiar, ambos judocas, retornaram a Porto Alegre com medalhas de bronze.
— Superamos essa expectativa. Isso nos dá a certeza de que estamos realizando um bom trabalho, de toda equipe, profissionais, técnicos, a equipe de apoio. Nossas esperanças de alguma medalha, logicamente, aumentam na mesma proporção do tamanho da delegação que está indo para o Japão. No judô, praticamente metade da seleção brasileira é composta por atletas da Sogipa (dos 13, cinco são do clube). Tudo isso deve ser comemorado pela gente, pelos atletas e pela comunidade em geral — ressaltou Carlos Wüppel, presidente da Sogipa.
Dos cinco judocas, dois vão para a sua primeira Olimpíada. Daniel Cargnin, de 23 anos, é o atual bicampeão Pan-Americano de Judô na categoria até 66 quilos e terá em Tóquio a primeira oportunidade de competir nos Jogos. Ele esteve fora do último evento antes da maior disputa poliesportiva do mundo pois contraiu covid-19, dias antes de viajar para Budapeste, na Hungria, para o Mundial de judô.
— Eu estava lutando para ser cabeça de chave. Então, lógico, queria ir bem e medalhar no Mundial, mas acho que vou fazer por merecer e o que for para ser, acredito que vai ser. No começo, estava treinando bastante, 100% focado no Mundial, quando testei positivo. Fiquei triste, mas tentei ver o lado positivo das coisas. Antes pegar agora do que perto da Olimpíada. Acho que deu mais tempo para eu treinar no clube, o que para a minha cabeça foi bom. Estou 100% focado nos Jogos e na medalha — disse o judoca.
Além de Cargnin, Rafael Macedo também fará parte da delegação brasileira na Olimpíada pela primeira vez. Aos 26 anos, Macedo é natural de São Paulo, mas chegou à Sogipa há 10 anos. Ele também irá participar da disputa por equipes em Tóquio, além de brigar por medalha na categoria até 90 quilos.
No judô, as outras três atletas que irão para o Japão são mais experientes. Mayra Aguiar irá para a sua quarta Olimpíada e buscará trazer a terceira medalha olímpica — ela tem dois bronzes, em 2012 e 2016. Aos 33 anos, Maria Portela também tem bagagem na competição — esteve em Londres e no Rio de Janeiro —, mas ainda não conseguiu subir ao pódio.
Ketleyn Quadros vai para os seus segundos Jogos (categoria até 63 quilos). Ela esteve em Pequim 2008, quando se tornou a primeira mulher a conquistar uma medalha em um esporte individual (levou o bronze). Nas últimas duas ocasiões, ficou fora e, até por isso, optou por representar a Sogipa em busca da vaga no Japão.
A delegação sogipana ainda tem dois atletas do atletismo, que não estiveram no evento desta quarta-feira. Almir Júnior, do salto triplo, e Samory Uiki, do salto em distância, já estão na Europa em preparação para a Olimpíada e de Portugal devem ir diretamente para o Japão.