Robert Scheidt está classificado para mais uma Olimpíada, a sua sétima. Nesta quarta-feira (9), ele encerrou a participação no Mundial da Classe Laser, em Sakaiminato, no Japão, em 12º lugar. Atingiu, assim, o critério para obter o direito de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que era terminar o Mundial entre os 18 primeiros.
O veterano de 46 anos, que só voltou a competir na Laser no fim do ano passado, e inicialmente sem compromisso, ainda pode, em teoria, perder a vaga olímpica. Pelos critérios estabelecidos pela CBVela (Confederação Brasileira de Vela), a vaga muda de dono se outro brasileiro for medalhista no evento-teste olímpico ou no Mundial de Laser de 2020.
É muito improvável, porém, que isso aconteça. Na competição encerrada nesta quarta-feira (10), Bruno Fontes terminou apenas na 25ª colocação, e graças a uma vitória na regata final. Basta ver o histórico: este foi o 20º Mundial do catarinense na Laser e os melhores resultados dele foram oitavos lugares.
A vaga olímpica para o Brasil na Laser foi obtida no ano passado, quando João Pedro Oliveira conseguiu um surpreendente 19º lugar no Mundial de Vela, na Dinamarca. Mas, pelos critérios da CBVela, a vaga nunca foi nominal dele e sempre esteve em jogo, a partir de critérios pré-estabelecidos.
Quando Scheidt anunciou sua volta à classe Laser, em fevereiro, tornou-se rapidamente o favorito a ir a Tóquio. E mostrou isso na água. Desde então, foi 12º lugar no Princesa Sofia, na Espanha, e 11º na Semana de Vela de Hyères, na França, dois eventos mais tradicionais do calendário.
No Mundial de Laser, chegou a ser o quinto colocado, mas obteve resultados inconstantes nos últimos três dias, quando as flotilhas foram remanejadas e ele ficou no grupo ouro. Além dele e de Fontes, o Brasil teve João Pedro em 37º lugar e Philipp Grochtmann em 91º.
Scheidt estreou nos Jogos Olímpicos em Atlanta, em 1996, já com o ouro na Laser. Ele ainda faturaria uma prata (2000) e outro ouro (2004) na Laser antes de migrar para a Star, onde ganhou uma prata (2008) e um bronze (2012) com Bruno Prada. Em 2016, com a saída da Star do programa olímpico, ele voltou a velejar de Laser, mas não subiu ao pódio. Terminou em quarto.