Ao longo dos últimos dois anos e meio, Diego Hypólito passou por cirurgia e lidou com problemas pessoais. O processo de recuperação foi lento e o tirou das competições. Sem se apresentar oficialmente desde a medalha de prata nos Jogos Rio 2016, o veterano de 32 anos retornou para participar de duas etapas da Copa do Mundo, visando uma vaga automática na Olimpíada de Tóquio. No entanto, os resultados ficaram longe de serem satisfatórios.
Nesta quarta-feira (20), Diego foi um dos últimos colocados da fase de classificação da Copa do Mundo de Doha, no Catar, no solo. Com nota 11.700, terminou em um frustrante 40º lugar entre 46 participantes.
Para avançar à final, precisava de pelo menos 14.100. Já havia sido assim na semana passada, em Baku, no Azerbaijão. O brasileiro também só competiu no solo, terminando a fase de classificação na 30ª posição, com nota 12.433.
Os resultados são frustrantes porque, pela primeira vez, a Copa do Mundo vale classificação a uma Olimpíada. Nos Jogos Rio 2016, por exemplo, o Brasil foi com equipe completa, de cinco ginastas, e cabia à comissão técnica definir os convocados. Isso forçava atletas especialistas (como Diego, no solo, e Zanetti, nas argolas) a treinar também para outros aparelhos.
Para Tóquio, os critérios mudaram um pouco. Continuam existindo as vagas por equipes (e o Brasil tem tudo para ficar com uma delas), mas foram criadas também vagas de especialistas. Uma delas, por aparelho, é distribuída na Copa do Mundo. O ranking leva em consideração os três melhores resultados de cada ginasta na soma das temporadas 2018/2019 e 2019/20, que tem oito etapas.
Diego não competiu nas duas primeiras, na Alemanha e na Austrália, e não pontuou no Azerbaijão e no Catar. Para ficar com uma destas vagas de especialista em Tóquio, terá que ser campeão de no mínimo duas das quatro etapas da próxima temporada, nos mesmos locais. Talvez nem isso seja suficiente, porque o israelense Artem Dolgopyat já tem dois ouros em duas etapas.
Outra opção para Hypólito é se classificar pelo Mundial, que vai acontecer em Stuttgart, na Alemanha. Mas, competindo apenas no solo e com desempenho abaixo do usual, a chance de ser convocado é baixa — a prioridade do Brasil será terminar entre os nove primeiros para garantir-se na vaga por equipes. Em situação semelhante, no Mundial de 2015, por exemplo, ele foi convocado para ser reserva — a lesão de um companheiro o permitiu competir.
Caso o Brasil conquiste a vaga olímpica, aí sim, como aconteceu em 2016, Diego volta a ter chances de ser convocado. Para isso, porém, precisa melhorar o desempenho mostrado nesta volta à ginástica.