As primeiras medalhas dos Jogos Paraolímpicos começaram a ser distribuídas nesta quinta no Rio 2016 e, com elas, também brotou uma dúvida: o certo é Paraolimpíada ou Paralimpíada? Influenciados pelos Comitê Internacional, que usa o termo "paralympic", o Comitê Organizador e o Comitê Nacional adotaram a segunda designação, sem a letra "o", padrão seguido por diferentes veículos brasileiros de imprensa.
Já Zero Hora emprega o termo "Paraolimpíada", amparada em dicionários como o Houaiss, Aulete e o VOLP. Conforme já discorreu o colunista de ZH Cláudio Moreno, professor e doutor em Letras, em textos publicados em setembro de 2012, na língua inglesa o termo paralympic foi cunhado nos anos 1950 a partir da união de pedaços dos vocábulos paraplegic e olympic – à época, o evento era dirigido exclusivamente a quem sofria algum tipo de paralisia.
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Na língua portuguesa, porém, a eliminação da letra "o" do radical olímpico não está prevista no sistema de formação de palavras. No português, na união de prefixo e radical, este último não costuma perder fonemas, principalmente aqueles que o iniciam. Conforme Moreno, se for necessário suprimir algum fonema vocálico, é o prefixo que será desfigurado.
Por exemplo, na união de vocábulos para + estatal, o prefixo não perde fonema algum de sua configuração. Em outros casos, a formação de vocábulos leva à eliminação da vogal final do prefixo para permitir uma ligação harmoniosa com o radical – como em para + encéfalo (parencéfalo) ou para + odontia (parodontia). Também são permitidas variantes. Por exemplo: a união do prefixo "termo" com o radical "elétrica" resulta em "termoelétrica" ou "termelétrica". O radical, porém, sempre permanece intacto.
Assim, as variantes aceitas na formação do vocábulo a partir do prefixo "para" e do radical "olimpíada" seria "paraolimpíada" e "parolimpíada", jamais "paralimpíada".
*ZHESPORTES
