O paulista Thiago Braz confidenciou, logo após a cerimônia de premiação da medalha de ouro no salto com vara dos Jogos do Rio-2016, realizada na noite desta terça-feira, no Estádio Engenhão, que conversou sobre a prova com ninguém mais, ninguém menos do que Serguei Bubka, espécie de Pelé da modalidade.
E foi algo assim, de igual para igual, na parceria mesmo. O seu técnico, o ucraniano Vitaly Petrov, foi também o de Bubka durante anos. Thiago conversou com ele sobre as vaias recebidas pelo francês Renaud Lavillenie no momento de seu último salto, cujo comportamento foi bastante criticado pelo agora ex-campeão olímpico. Eles abordaram também do fato de o francês ter parado de conversar com ele, Thiago, acirrando uma rivalidade que vai dar o que falar no futuro.
– O Bubka disse algo interessante. Eu não saltaria 6m03cm se não fosse o Renaud. Ele me puxou cada vez mais para uma marca melhor, competindo em alto nível. Pedi para pararem de vaiá-lo na cerimônia também por isso. É o esporte. Tem de ser por aí. Quem sabe agora, com a retomada do circuito, tudo não volta a ficar numa boa? – contou Thiago, mas sem muita confiança.
Leia mais:
Thiago recebe medalha de ouro prestando continência para a bandeira e emociona o Engenhão
Jornal francês diz que ouro de Thiago Braz está ligado ao candomblé
"Inexplicável", diz Thiago Braz após conquista do ouro e recorde olímpico
O primeiro medalhista de ouro do atletismo brasileiro desde os 800m de Joaquim Cruz em Los Angeles-1984 explicou porque conteve as lágrimas diante a execução do hino nacional. Ele contou que, se chorasse, deixaria de curtir um momento único, que deveria ser de alegria. Era o que pretendia passar para as pessoas.
Alegria, e não tensão e drama. Foi o que motivou Thiago, também, a reger a torcida pedindo mais aplausos balançando os braços, como se exigisse gritos mais altos. Tudo isso ao lado de um nitidamente constrangido Lavillenie, em um degrau abaixo no pódio, incapaz de um sorriso sequer durante toda cerimônia.
– Procurei conter a emoção do choro, mas deu uma friozinho na barriga quando a vi chegando.
Ela, no caso, é a medalha de ouro. Que é pesada, segundo Thiago. O design, elogiado por todos os atletas, provocou uma última brincadeira de um jovem que fala inglês e italiano (mora lá há um ano e meio, para treinar com Petrov) e agora vê o mundo se abrir para ele.
– Achei a medalha mais bonita do mundo! – resumiu Thiago Braz, ouro brasileiro no salto com vara e recordista olímpico.
*ZHESPORTES