Apesar da tragédia síria, o espírito olímpico se manteve firme no país. Atletas enfrentaram todo tipo de problema para estar no Rio. A esperança da equipe é levar para casa pelo menos uma medalha para alegrar a população, que sofre com bombardeios, atentados e mortes diariamente.
Leia mais
África do Sul tentará surpreender seleção brasileira nesta quinta
Lutadoras indianas combatem preconceitos na Olimpíada
Na Rocinha, crianças vão "para o tatame" com judocas da França
Mesmo com a linha de frente da guerra civil síria a poucos quilômetros de distância, Ghafran Mohammad treinava sem medo em Damasco. Assim como outros poucos atletas do país, a corredora sonha em dar um pouco de felicidade ao povo sírio nas Olimpíadas. Afinal, já são cinco anos de atrocidades.
– Temos muitos problemas. Houve muito bombardeio no estádio Tashrin. Muitos atletas se machucaram e outros morreram, alguns durante competições, mas também na destruição de um hotel. Apesar de tudo isso, das terríveis condições, nós seguimos com os treinamentos. Vamos mostrar ao mundo que a Síria ainda existe – declarou a atleta.
A equipe síria também teve de contornar restrições de viagem que impediram os atletas de participar de competições internacionais.
– Perdi três ou quatro provas. Não consegui um visto porque era sírio. Não sei direito. Tivemos dificuldade e atrasos. Perdemos muitas competições e isso prejudica alcançar o nível que precisamos – desabafou Majed Addin Ghazal, atleta do salto em altura.
Em 2012, o responsável pelo Comitê Olímpico Sírio, Mowaffak Joumaa, não compareceu aos Jogos Olímpicos de Londres por causa das sanções europeias. Quatro anos depois, ele está otimista com seus atletas:
– Sabemos de todas as dificuldades em nosso processo de treinamento, mas confiamos que os sírios vão ganhar uma medalha olímpica.
A equipe que representa a Síria no Rio vai entrar para a galeria dos poucos atletas que defenderam o país em Olímpiadas, mas desta vez eles chegam como campeões, após o grane desafio para estar nos Jogos.