Terminou com a animada torcida carioca gritando olé a cada troca de passes dos portugueses a única alegria da tarde para o pobre futebol olímpico brasileiro. Já que a Seleção decepcionou contra a África do Sul, ao menos a Argentina, afundada numa crise sem precedentes em sua história, apanhou de 2 a 0 no Engenhão, com direito a chocolate no segundo tempo.
No conjunto da obra, muita correria, vontade, força e desentrosamento de hermanos e patrícios, que vieram sem Messi e Cristiano Ronaldo. E com seus times B. Futebol mesmo, salvo um ou outro lance individual, pouco. No final, a vitória com certeza por 2 a 0 (Oliveira e Pite) de Portugal fez justiça ao jogo.
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Diminuído pela ausência dos vice-campeões europeus sub-21, o time do técnico Rui Jorge ao menos mostrou mais conjunto. É uma equipe caseira. Quase todos jogam em Portugal, a maioria no Porto e no Sporting. Bruno Fernandes, camisa 10 clássico, da Udinese, é uma exceção à regra. E das boas. É muito bom. O goleiro Bruno Varela, do Valladollid, já tenta carreira na Europa.
O gol da vitória veio após troca de passes rápidos por dentro, perto da área. A bola foi recuada e Sergio Oliveira chutou rasteiro, de fora da área, no canto, cruzado, vencendo o goleiro Rulli, do Real Sociedad, da Espanha. Não fosse ele, a Argentina teria perdido de mais. E olha que Rulli levou um frangaço no chute fraco de Pite, pelo meio das pernas, fechando a conta. Uma crueldade, mas até isso acontece no drama argentino. A torcida riu no Engenhão.
Os argentinos foram o retrato de sua crise. Lideram o ranking da Fifa, mas não ganham título há mais de duas décadas. A AFA está sob intervenção e investigação: propinas. Tata Martino, da seleção principal, seria o treinador no Rio, mas ele pediu demissão depois que clubes argentinos se recusaram a ceder jogadores. Julio Olarticoechea foi chamado às pressas. Fez meia dúzia de treinos, alguns amistosos. Não podia se esperar nada muito diferente. É um time dependente de Calleri e Correa. O primeiro perdeu duas chances claras que poderiam ter mudado o destino do jogo.
Portugal lidera o Grupo G, com três pontos e saldo dois. Honduras, que venceu a Argélia por 3 a 2 na preliminar, é o segundo colocado. Os africanos estão em terceiro após a primeira rodada. A Argentina segura a lanterna. E ainda tem de ouvir olé.
PORTUGAL: 2
Bruno Vergara; Ricardo Esgaio, Tobias, Edgar e Fernando; Tomas, André (Tiago Silva), Oliveira (Pite) e Bruno Fernandes; Salvador e Paciência (Lori). Técnico: Rui Jorge.
ARGENTINA: 0
Rulli; Magallann (Pavon), Gianetti, Cuesta e Soto; Gomes, Martinez, Ascacibar e Espinoza (Lo Celso); Correa (Simeone) e Calleri. Técnico: Julio Olarticoechea.
Gols: Paciência (21/2t) e Pite (39/2t). Cartões amarelos: Magallan (A), Tobias e Sergio Oliveira (P).
Árbitro: Walter Lopez, com Leonel Leal e Gerson Lopez, todos de Honduras.
Local: Estádio Engenhão, no Rio de Janeiro.