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Para chegar ao alto nível, Éder também precisou fazer escolhas. Foi assim que aos 17 anos deixou Caxias do Sul para uma aventura em São Paulo. O jogador já vinha sendo convocado para a seleção gaúcha de base e tratado como uma promessa. Por isso, o mais difícil foi se distanciar pela primeira vez da família.
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A mãe Lurdes Carbonera, o pai Oscar Carbonera e o irmão Renato Carbonera sempre incentivaram o crescimento de Éder e hoje são puro orgulho ao falar das conquistas e da formação do atleta. Só que o início de tudo teve a dor da saudade.
– Para mim foi muito difícil. Lembro que levei ele até a rodoviária para ele pegar o ônibus até São Paulo. Ele tinha a mala e um papel na mão, com os metrôs que ele precisaria pegar para chegar até o lugar certo. E naquela época não tinha internet ou celular. A gente se falava quando ele ligava pelo orelhão – lembra a dona Lurdes.
A ascensão foi muito rápida. Quando foi atuar em Santa Catarina, em 2005, além de estar mais perto da família, Éder cresceu profissionalmente. E o sonho da seleção ficou mais palpável. Dona Lurdes lembra de uma passagem engraçada, enquanto a família conversava assistindo a um jogo da seleção, com o ídolo Gustavo Endres:
– Me lembro dele me falar: mãe, será que uma dia quando estiver jogando na Seleção o pai vai ainda me chamar de orelhudo? – relembrou Lurdes, gargalhando ao falar com o apelido que Oscar chamava o filho.
O “orelhudo” sempre teve os pais nas arquibancadas nas principais competições. O casal já acompanhou in loco jogos da Liga Mundial, Superliga, Mundial de Clubes e se faz presente quando Éder atua no Rio Grande do Sul. Agora, eles vivem a expectativa de vivenciar o clima olímpico.
– Estava até preocupado que, se não fosse convocado dessa vez, ele iria ficar muito triste. A gente nem faz ideia do que é uma Olimpíada. Só assistia pela televisão – diz Oscar.
Logo ao passar pela porta de entrada da casa, na sala, um espaço especial para a família, com as principais medalhas conquistadas por Éder. São 50 protegidas por um vidro e elencadas por importância: mundiais, títulos com a seleção, Superligas, estaduais e conquistas na base. Ainda existe uma lacuna a ser preenchida. Quem sabe, com uma medalha olímpica.
– O Éder construiu uma bela caminhada. Ele só nos deu alegria. Digo sempre que o Éder é o nosso menino de ouro – resume a mãe.