Caxiense de coração, Éder Carbonera nasceu em um hospital da vizinha Farroupilha. Porém, foi em Caxias do Sul onde morou, estudou e iniciou a caminhada no esporte quando criança. Na escola, praticava futebol, basquete e vôlei, e já se sentia com maior afinidade com o último. Só que os primeiros treinos foram longe das quadras.
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– Tinha asma quando era criança e, em uma ida ao médico, ele deu a dica da natação como tratamento. Pratiquei dos 10 aos 15 anos – relembra.
A solidão nas piscinas passou a incomodá-lo um pouco. Ao mesmo tempo, surgiam as novas possibilidades. A diversão do colégio trazia boas lembranças e um amigo o convidou para tentar um teste no time de vôlei da UCS. Deivid nem sabia, mas foi fundamental na formação de um atleta olímpico.A timidez atrapalhava Éder, que levou a irmã Jéssica para a primeira conversa com o técnico Giovani Brisotto. Grandalhão, um pouco desengonçado, mas com potencial, o garoto chamou a atenção.
– Passei no teste e joguei o primeiro ano de infanto-juvenil. Foi um período de bastante aprendizado, já que não tinha qualquer base das técnicas do jogo. No segundo ano, já comecei a jogar mais. Treinava com o infanto e o adulto, que jogavam o Estadual. Isso ajudou a desenvolver o meu jogo rapidamente – conta Éder.
A ascensão foi impressionante. Ainda em 1999, o jogador foi convocado para a seleção gaúcha e ficou na quarta colocação do Brasileiro de seleções. Ao final do ano, foi chamado para a seletiva da seleção brasileira infanto. Passou e, meses depois, estava sendo campeão mundial da categoria no Egito.O desempenho chamou a atenção do Banespa, de São Paulo, uma das referências do vôlei na época.
Éder ganhou força, técnica, jeito de atleta e se profissionalizou. Até retornou para a UCS na temporada 2004/2005 para disputar a Superliga, mas Caxias do Sul era pouco para quem tinha tanto potencial. Em Florianópolis, São Paulo e Minas Gerais, o central evoluiu ano a ano. A seleção foi algo natural. A primeira Olimpíada está logo ali à frente e, ao relembrar de toda a trajetória e a busca incessante pelo crescimento profissional, Éder celebra o momento.
– Tive a oportunidade e o privilégio de sempre treinar com jogadores melhores que eu e com atletas de categorias acima da minha. Foi fundamental ter adversários fortes. Desde o início, forcei meus limites para chegar ao nível dos caras mais experientes. Claro que eu tinha um biotipo bom, era alto e isso contribuiu, mas o fato de treinar com caras mais fortes ajudou muito na evolução – resume.
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