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Após conquistar a prata na maratona, o etíope Feyisa Lilesa teme pela própria vida. Neste domingo, ao aproximar-se da linha de chegada, o atleta que completou a prova em 2h9min54 fez um protesto político em defesa da etnia Oromia, a qual pertence. Para isso, apenas cruzou os braços. Mas o preço pela atitude, corajosa, é temido pelo maratonista.
– Realizei este gesto pela atitude do governo do meu país contra a etnia Oromia. Tenho familiares na prisão no meu país. Se você falar de democracia te matam. Se eu voltar à Etiópia, talvez me matem ou me prendam – falou à imprensa.
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O comovente depoimento e o corajoso gesto do atleta, de alguma forma, podem ser expressados por números. Em junho, a organização Human Rights Watch estimou que 400 pessoas morreram e milhares ficaram feridas em uma tentativa do governo etíope de deter os protestos realizados por membros da etnia Oromia, desde novembro de 2015, contra a perseguição das forças de segurança etíopes.
– É muito perigoso se viver no meu país. Talvez eu tenha que ir para outro país. Protestei pelas pessoas em qualquer lugar do mundo que não têm liberdade – acrescentou.