Com 30ºC de temperatura em um dia ensolarado no Rio de Janeiro, as novas instalações da Marina da Glória foram apresentadas na manhã desta quinta-feira à imprensa brasileira e internacional, depois de dois anos de obras de revitalização que incluem reformulação dos píeres, abertura de restaurantes e nova infraestrutura com redes de esgoto, elétrica e hidráulica. A área será a base das competições de vela nos Jogos de 2016.
Ainda durante a fase de obras, a Marina da Glória sediou dois eventos-teste, em 2014 e 2015, ambas em agosto, mês que será realizada a Olimpíada. Com a reforma da marina, as vagas para barcos na água foram ampliadas de 140 para 415, e as vagas secas, de 70 para 240. Uma das novidades é a criação de um calçadão de 1,3 quilômetro que ligará a marina ao Aeroporto Santos Dumont.
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O prefeito do Rio, Eduardo Paes, o ministro de Esporte, Ricardo Leyser, e o presidente da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), Marco Aurélio de Sá Ribeiro, estiverem presentes no ato. Paes disse que os cariocas estão ganhando um novo espaço com recursos privados – a reforma de R$ 70 milhões foi realizada pela BR Marinas.
Indagado sobre as condições que serão oferecidas aos atletas na Baía da Guanabara (o Estado fluminense não atingirá a meta de despoluição), Paes admitiu que a nova Marina não será um legado ambiental, mas afirmou que não os dejetos na água não são uma “preocupação da Olimpíada”.
– A Baía da Guanabara é um desafio da cidade do Rio e dos municípios da região metropolitana – afirmou Paes, que não considera o fracasso do projeto de despoluir a baía até os Jogos uma “oportunidade perdida”.
– O compromisso esportivo está mais do que cumprido. Os velejadores terão a oportunidade competir em um dos principais cartões-postais da cidade, com o Pão de Açúcar como moldura – completou Ribeiro. – Lamentavelmente, não conseguimos resolver o problema da poluição, mas a CBVela continuará brigando por essa causa.
Para Leyser, a entrega da Marina a poucos mais de três meses dos Jogos e da inauguração de outras instalações nos últimos meses deixam os organizadores com a “sensação de dever cumprido com antecedência”. Nem mesmo o atraso em obras como o do velódromo – o evento-teste do ciclismo de velocidade foi cancelado em razão da demora da instalação da pista – são uma ameaça aos Jogos.
O ministro comentou que, agora, a preocupação passa a ser com a operação do evento, em questões como a segurança que será oferecida ao público e aos competidores. Substituto de George Hilton na pasta com o redesenho da Esplanada provocado com a saída do PMDB do governo, Leyser que a crise política não vai atrapalhar a organização dos Jogos:
– Passamos ilesos pela crise. Infelizmente, a crise só não permitiu mostrar ao Brasil e ao mundo o caso de sucesso que será a Olimpíada do Rio.
*ZHESPORTES