2015 foi o ano de Ana Marcela Cunha. Escolhida atleta do ano pelo Comitê Olímpico do Brasil e eleita pela Fina como a melhor nadadora de maratonas aquáticas do mundo, a baiana de 23 anos espera conquistar tudo de novo em 2016. O objetivo passa por uma medalha olímpica no Rio, em agosto, e começou a ser traçado depois da decepção de ficar de fora da Olimpíada de Londres em 2012.
Em entrevista a ZH durante evento da Nissan, patrocinadora oficial dos Jogos, Ana Marcela falou sobre a preparação para a Olimpíada:
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Você foi escolhida pelo COB como atleta do ano e, agora em janeiro, foi eleita pela Fina como a melhor nadadora de maratonas aquáticas do mundo em 2015. Como você avalia estes reconhecimentos e a fase da sua carreira?
Eu vejo que estas premiações são referentes ao ano que passou. Foi merecido pelo ano que eu tive, mas agora é um reinício. Eu não sou campeã mundial e não sou mais a melhor do mundo em 2016. Está começando um ano e quero conquistar tudo isto de novo.
Em Pequim, você surpreendeu ao ficar em quinto lugar com 16 anos. Qual foi o aprendizado desta experiência?
Meu maior aprendizado foi ter ficado de fora de 2012. Em 2008, eu era uma criança, adolescente, que estava começando uma vida e foi parar de paraquedas nos Jogos Olímpicos. Meu crescimento aconteceu com a decepção.
Na última etapa da Copa do Mundo, você ficou em terceiro, 15 sgundos atrás da primeira colocada. Como você avalia esse equilíbrio da prova feminina de maratona aquática? Quem são as principais concorrentes?
Em casa, a gente tem muitos fatores a favor, então o pessoal de fora vê a gente como favoritos por já conhecer o ambiente. Mas a Sharon (Van Rouwendaal), que é holandesa, e a Aurelie Muller, francesa, são as principais atletas que vêm se destacando. Elas são as meninas a serem batidas. A prova está sendo sempre disputada braçada a braçada. A gente está acostumada a chegar às vezes com três segundos de diferença, na batida de mão. Mas não dá para descartar ninguém. Em Jogos Olímpicos, as 25 vão chegar para disputar medalha.
Nesta reta final de preparação, no que você está focando para chegar no melhor nível em agosto?
Tem que focar em tudo, mas tenho que melhorar um pouquinho mais o final de prova, não deixar as meninas abrirem tanto no final, o que elas estão fazendo muito fácil. É o que tenho que me dedicar um pouco mais. Mas não dá para pensar só no final sem pensar em ter um treino com mais volume. Uma coisa vai puxando a outra e tem de ter o equilíbrio.
Você é conhecida pelos seus penteados diferentes. Já tem algo planejado especialmente para a Olimpíada?
É surpresa, como em toda a competição. Toda a vez que eu chego o pessoal já pergunta “e aí, qual é dessa vez?”, já ficam me esperando para ver se tem algo diferente. Eu estou um pouco mais sossegada, estou fazendo um curso de terceiro sargento e entrando para a Marinha, então tenho que ficar um pouco mais quieta e pedir autorização. Mas vamos vê com a gente faz para os Jogos Olímpicos.
* A colunista viajou a convite da Nissan