O ano olímpico iniciou marcado pela intensa corrida em busca das últimas vagas aos Jogos Rio 2016. E apesar de critérios bem rigorosos, o sonho de estar representando o país, em casa, não acabou para alguns tenistas brasileiros. Entre eles, o paulista João "Feijão" Souza.
Com situações bem complicadas no ranking para garantir vaga - Feijão é o número 154 do mundo -, o brasileiro planejou o primeiro semestre de 2016 focado apenas em somar pontos.
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- Quero voltar ao top 100, somar muitos pontos na primeira parte do ano, não vou arriscar no calendário. Vou ficar nos challengers e jogar os ATPs por aqui na América do Sul - afirmou.
Assim como em Londres 2012, o total de tenistas representantes por país é de seis no masculino e seis no feminino. Sendo quatro no simples, enquanto o número máximo de duplas por país é de duas por chave, tanto na masculina, na feminina e nas mistas.
Feijão durante Copa Davis. Imagem: Cristiano Andujar/CBT
Se o ranking fechasse hoje, o Brasil teria quatros classificados diretos. O paulista Thomaz Bellucci e a pernambucana Teliana Pereira no simples, e os duplistas mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares.
Em simples, o sistema de classificação terá a definição dos primeiros 56 classificados diretamente com base no ranking até o dia 6 de junho de 2016, logo após Roland Garros. Já nas duplas, o top 10 se classifica automaticamente e o restante das vagas são preenchidas por combinações de ranking (cada jogador usando o seu melhor ranking de simples ou duplas).
Durante sua preparação para o início da temporada, Feijão atendeu a reportagem de ZH e contou sobre suas metas para o ano de 2016. Além, de detalhar como seu confronto histórico na Copa Davis influenciou no restante de sua temporada.
Confira na íntegra o entrevista exclusiva de João Souza:
Se você pudesse resumir a sua temporada em uma palavra, qual seria e porque?
Média. Tive um grande começo de ano, joguei meu melhor tênis da vida no Rio Open, Brasil Open onde joguei muito tênis e nas partidas da Copa Davis, mas depois aquela derrota para o Leo Mayer derrubou o meu mental e não consegui ter mais grandes resultados.
Qual o seu maior objetivo para 2016? Já estabeleceu alguma meta de ranking?
Quero voltar ao top 100, somar bastante ponto na primeira parte do ano, não vou arriscar no calendário, ficar nos challengers e jogar os ATPs por aqui na América do Sul. E claro, quero jogar a Olimpíada, seria um sonho.
Você fará alguma preparação especial na busca pela vaga olímpica? Se sim, qual?
Não, nenhuma, como o ranking fecha dia 6 de junho, após Roland Garros, vou jogar o máximo de torneios possíveis para entrar na chave que acredito deva fechar entre os 80, 70 do mundo.
Como 154º colocado no ranking, você acredita que essa vaga olímpica é possível?
Sim é possível. Ali a partir de março não tenho praticamente nada a defender assim como em janeiro, indo bem nas competições posso entrar no top 100 nesses primeiros meses e é um pulo pro top 80.
Como você vê a decisão da ITF em não computar os pontos da Olimpíada? Você acredita que isso pode prejudicar essa edição?
Não concordo, não acho certo. Quebra o calendário com um torneio longe e sozinho. Mas o fato de não contar pontos não vai fazer com que um jogador não venha jogar, afinal é um torneio olímpico, ainda mais pra nós brasileiros.
Para ti, quem são os favoritos a medalha nos Jogos Rio 2016?
Nas duplas, vou apostar no Melo/Soares, bem entrosados e jogam muito bem. Grande chance do ouro.
Quando você lembra daquele jogo histórico contra o Mayer pela Davis, o que você sente?
Chateação por ter ficado a poucos pontos da vitória e não ter vencido. É frustrante batalhar por tanto tempo, recuperar um jogo perdido e sair derrotado. Ao mesmo tempo que atingi um tênis incrível já tendo vencido um jogo de 5h antes. Se tivesse ganho poderia ter dado outra dinâmica e confiança pro meu ano.
Após aquele confronto, você teve uma queda de rendimento na temporada. A derrota na Argentina te abalou?
Sim, abalou, derrubou a confiança. Claro que no meu calendário joguei torneios importantes, ATPs na Europa que tem nível muito alto, mas se tivesse vencido poderia ter uma confiança diferente e agarrado uns resultados melhores.
O que os brasileiros podem esperar do Feijão para 2016?
Estou me preparando bem no Rio de Janeiro com Ricardo Acioly e a Acioly Tennis Team, amadureci muito com esse ano de 2015, podem me esperar mais maduro e preparado para jogar um bom tênis.
*ZHESPORTES
Esperança
Feijão sonha com vaga aos Jogos Rio 2016: "Quero jogar a Olimpíada"
O tenista planejou o primeiro semestre focado apenas em somar pontos no ranking
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