Goleira da seleção brasileira de handebol, campeã mundial pelo Brasil em 2013 e eleita a melhor da posição naquela edição, Bárbara Arenhart, a Babi, 29 anos, fala sobre o desempenho da equipe no Mundial de 2015 - o time brasileiro foi eliminado nas oitavas de final pela Romênia. No entanto, a atleta, que é gaúcha de Novo Hamburgo, acredita que o grupo pode estar no caminho certo rumo à medalha de ouro na Olimpíada do Rio.
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Vocês esperavam um desempenho melhor neste Mundial ou sabiam que o Brasil estava um pouco abaixo da edição passada ou mesmo que as outras seleções estavam melhores?
Nós esperávamos um melhor desempenho, sim. Sabíamos que a nossa preparação não foi nem de perto tão bem feita quanto à do mundial anterior. Então, a gente sabia que todo jogo seria muito difícil e que teria de pegar ritmo juntas durante a competição. Não acredito que estávamos abaixo da edição passada, mas éramos totalmente conscientes de que pelo menos 12 das 24 equipes que estavam competindo tinham condições de ganhar o Mundial. Na minha opinião, não jogamos nosso melhor handebol, mas tivemos bons resultados na chave e, quando precisamos do nosso melhor - que tinha sido a nossa defesa até então -, fizemos nosso pior jogo. Por isso, perdemos por três gols para a Romênia quando já não podíamos mais perder.
Há boas chances de o Brasil conquistar o ouro na Olimpíada de 2016? O que é preciso fazer para isso? Seguir o mesmo caminho?
Eu tenho total confiança de que hoje somos uma seleção tão grande e forte quanto qualquer seleção europeia. O que ainda nos falta é, de repente, saber perder na hora que pode perder. Nós não queremos perder nunca, mas, às vezes, é necessário. Estamos no caminho certo e não é porque perdemos nas oitavas (do Mundial) que as coisas estão erradas. Perdemos para uma equipe forte que ficou em terceiro lugar. Assim que acabou nosso jogo, nos reunimos, e começamos desde já a fazer nosso plano de trabalho para 2016. Precisamos de mais tempo de treinamento juntas para estarmos 100% prontas para a Olimpíada.
Qual o nível de desenvolvimento do handebol brasileiro para que ele continue na ponta ou ao menos entre os melhores?
Infelizmente, no Brasil, a coisa vai muito mal para o nosso esporte. A última edição da Liga Nacional contou com apenas seis equipes. Isso é triste, é um mal sinal. A maioria de nós, que atuamos pela seleção, está jogando na Europa há muitos anos, e eu acredito que esse foi um dos fatores responsáveis também pela nossa evolução e melhora como atletas e profissionais. Acho que falta muita estrutura e investimento para que os clubes tenham condições de competir durante um ano inteiro em alto nível e acho isso extremamente necessário para a evolução e futuro do handebol no Brasil.
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