De segunda até sexta-feira, cerca de 3,8 mil candidatos gaúchos a voluntários da Olimpíada passarão por uma seleção que vai além de baterias de testes e dinâmicas de grupo. Antes de serem avaliados, passam por uma imersão no mundo dos Jogos Olímpicos capaz de emocionar até quem não gosta muito de esporte.
Organizados em grupos de 20, os que sonham em ajudar na organização dos Jogos entram em uma sala escura e são saudados por uma voz grave, que se apresenta como Zeus. Ele os convida a entrar no "solo sagrado do Olimpo", para que conheçam a história da Olimpíada e sua "busca incansável da paz entre os povos".
É a senha para que abram uma cortina e encontrem um outro ambiente em forma de auditório. No telão, começa a apresentação de um vídeo que recupera as origens gregas dos Jogos Olímpicos e imagens de heróis como o negro Jesse Owens, vencedor de quatro medalhas de ouro em Berlim, 1936, sob o olhar irritado de um Adolf Hitler que defendia a supremacia ariana.
A viagem pelo tempo inclui a Paraolimpíada e os exemplos de superação de atletas com deficiência. Não são raros os candidatos que enxugam as lágrimas.
- Nós desenvolvemos todo o treinamento dos voluntários e incluímos essa imersão. É um trabalho que fazemos em parceria com Comitê Olímpico - explica Luciano Araujo, diretor da faculdade Estácio, onde as provas são realizadas em Porto Alegre.
Participam deste primeiro estágio da seleção todos os que se inscreveram pela internet para serem voluntários. Os candidatos têm de cumprir uma série de requisitos para seguirem adiante.
- Há qualidades que um voluntário tem de mostrar. Além do conhecimento de línguas, é preciso ter desenvoltura, alto-astral, aceitação de diferentes tipos de cultura e, claro, cumprimento de regras - afirma Araujo.
Após o primeiro funil, os candidatos passam por outras fases já no Rio de Janeiro antes dos cerca de 70 mil voluntários serem selecionados. Espera-se que todos estejam escolhidos até novembro deste ano.
* ZH Esportes