Depois de suportar escândalos envolvendo a Confederação Brasileira por desvios de dinheiro em contrato milionários com patrocinadores, o vôlei vive uma fase de transição e de reconstrução das seleções feminina e masculina. Em entrevista durante o evento de divulgação da tocha olímpica, Nalbert, campeão olímpico em Barcelona-1992, avaliou o momento do esporte e a preparação para a Olimpíada do Rio em 2016.
Em um momento de transição no vôlei, qual a importância de Bernardinho e Zé Roberto?
São duas lendas, são dois dos melhores técnicos de esportes coletivos de todos os tempos. Eles têm muita experiência, um é tricampeão olímpico, o outro tem seis medalhas olímpicas, sendo cinco como técnico. Eles são mais do que credenciados, são superexperientes e sabem exatamente o que deve ser feito neste ano de preparação e também durante os Jogos. É sempre muito importante lembrar disso: você tem que tomar cuidado e saber como conduzir aqueles 17 dias de Jogos Olímpicos. Já vi muitos atletas e times que se perderem naqueles dias e jogaram fora a preparação de quatro anos. E isso, no vôlei, pode ter certeza de que não vai acontecer.
De que forma a crise na CBV e o relacionamento ruim com o Federação Internacional pode influenciar nesta preparação?
Acho que o auge da crise foi no ano passado. Por conta dos escândalos de corrupção, toda comunidade do vôlei sofreu, se sentiu traída. Mas os pingos nos "is" já foram colocados. Hoje, nosso vôlei voltou a ter uma gestão comprometida com resultados, seleções e desenvolvimento do esporte. Acredito que nesse ano de preparação tudo vai ser feito como deveria. A crise ficou para trás.
A Federação determinou que o Brasil não dispute a Copa do Mundo porque vai sediar a Olimpíada. Isso pode atrapalhar?
Eu gostaria que participasse, acho que seria ótimo jogar a Copa do Mundo, participar dessas grandes competições, mas isso foi decidido. De uma maneira ou outra a gente vai ter que compensar, treinando mais, se preparando mais e jogando mesmo os amistosos como uma final olímpica.
Altos investimentos estão sendo feitos na Olimpíada, mas os contratos de patrocínio se encerram logo depois da competição. Isso te preocupa?
O sistema esportivo brasileiro precisa ser melhorado, mas a Olimpiada está aí e agente tem que aproveitar da melhor maneira. O caminho é esporte e educação e não dá para gente ficar só dependendo do Governo. Que nós façamos nosso dever de sempre estimualr que os jovens pratiquem esportes. Tem que ser nossa mentalidade daqui em diante.
*ZHESPORTES