Chegamos ao final dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, a maior evento poliesportivo das Américas, e os resultados mostraram duas coisas:
1. Que o Brasil evoluiu bastante nos últimos anos, mostrando caras novas e vencendo em esportes menos tradicionais e praticados por aqui;
2. Que a evolução é tímida, insuficiente para o País tornar-se a potência olímpica que se almeja. E que chegar no Top 10 na Olimpíada do Rio será mais difícil do que se imaginava.
Em Toronto, o Brasil conquistou 141 medalhas, sendo 41 de ouro, 40 de prata e 60 de bronze. O número é coincidentemente igual ao de Guadalajara, há quatro anos, mas leva desvantagem no número de ouros. No México, foram 48.
O time brasileiro volta para casa tendo assegurado o terceiro lugar no quadro de medalhas - passando Cuba, o que não deixa de ser uma obrigação se pensarmos que o país caribenho deixou de ser uma potência olímpica devido à falta quase total de recursos - e cumprido o objetivo de terminar entre os top 3. Modalidades como o tênis de mesa e o caratê, que não são tão difundidas no país, surpreenderam positivamente. Esses duas esportes mostraram que os investimentos feitos aí foram acertados - embora as chances de sucesso olímpico de ambos seja quase nulo (caratê nem está no programado da Olimpíada).
Mas há as decepções. O atletismo, que tanta glórias já rendeu, frustrou todas as expectativas. Há apenas quatro anos, a modalidade garantiu nada menos que dez medalhas de ouro. Agora, o Brasil conquistou apenas uma, com Juliana Santos nos 5 mil metros. É pouco, muito pouco, para o volume de recursos investidos. Aqui, é evidente que algo deve ser feito com urgência. O judô, outra modalidade tradicional, levou a equipe principal para o Canadá e teve um resultado pouco abaixo do esperado, com cinco ouros (foram seis em Guadalajara).
Enfim, o Pan de Toronto serviu como um teste. Agora, que falta apenas um ano para os Jogos do Rio, a preparação deve ser acelerada. Os atletas que representarão o Brasil na Olimpíada já são bem conhecidos. No esporte de alto rendimento, ninguém tira coelho da cartola. Chegar ao ouro não é consequência do acaso, mas resultado de empenho pessoal, talento, investimentos e até de um pouco de sorte.
Pena que o Pan mostrou que para chegar ao Top 10 no Rio dependeremos muito mais do último item.