Com jogadores em grande fase, treinadores de renome e fome por um título internacional, Cruzeiro e Racing se enfrentam neste sábado (23) na final da Copa Sul-Americana, em Assunção.
O time mineiro, bicampeão da Libertadores (1976 e 1997), busca seu primeiro título na Sul-Americana, enquanto os argentinos, que conquistaram a América em 1967, voltam a uma final continental depois de 21 anos.
Glórias passadas que as duas torcidas desejam renovar.
- Pura paixão -
Na capital paraguaia e acompanhados de perto em Avellaneda e Belo Horizonte, os dois finalistas tentarão se impor na decisão.
A campanha regular do Racing, com vitória sobre o Corinthians na semifinal, e a resiliência do Cruzeiro para eliminar o Lanús na Argentina, garantem um desfecho à altura do torneio.
O jogo também coloca dois treinadores experientes frente a frente.
Fernando Diniz, 50 anos, quer se tornar o terceiro a conquistar a Libertadores e a Sul-Americana, depois de Tite e Marcelo Gallardo, e o segundo a conseguir em duas temporadas seguidas, depois de vencer a principal competição continental no ano passado com o Fluminense. Gallardo conseguiu com o River em 2015 e 2016.
A duas da final contra o Racing, Diniz reconhece que há "um pouco de ansiedade em todos".
"Sabemos o que temos que fazer para ganhar o jogo. É um adversário difícil como todos os times argentinos (...) times muito aguerridos e um povo muito apaixonado pelo futebol", declarou o treinador em entrevista ao DSports.
A final da Sul-Americana é uma chance de redenção em um ano de altos e baixos para Diniz, que foi do céu ao inferno com o Fluminense, deixando a equipe na zona de rebaixamento, depois de ser demitido da Seleção Brasileira pelos maus resultados.
Seu duelo particular será com o estrategista Gustavo Costas, um veterano de mil batalhas que tem sangue 'albiceleste' nas veias.
Ex-jogador e em sua terceira passagem como técnico do Racing, Costas quer voltar a gritar campeão, desta vez no comando do time do coração.
Em 1988, ele conquistou a Recopa Sul-Americana como jogador, justamente em cima do Cruzeiro.
"Há muito tempo o Racing não consegue um título internacional e é o que vamos buscar. Nós merecemos, chegou a hora", afirmou Costas ao DSports.
- Jogadores em grande fase -
Além das estratégias, quem definirá o título são os jogadores e as duas equipes têm nomes que vivem grande fase individual.
O Cruzeiro conta com a experiência do goleiro Cássio, multicampeão no Corinthians que chegou à Toca da Raposa este ano e terá em suas mãos parte do destino da equipe.
Outros destaques do time celeste são Matheus Henrique, Matheus Pereira e Kaio Jorge, que prometem dar trabalho à defesa do Racing.
Pelo lado argentino, o principal nome é o meia Juan Fernando Quintero. Autor de dois gols na classificação contra o Corinthians, o colombiano ressurgiu no Racing depois de uma série de lesões na carreira.
"É um jogador diferente. Embora ele corra mais agora do que quando estava no River, não quero que ele corra", disse Costas em entrevista à ESPN sobre o seu camisa 8.
Outra peça importante da equipe é o artilheiro Adrián Martínez, que na preparação para a final disparou: "é o jogo mais importante da minha carreira".
O jogo será disputado a partir das 17h00 (horário de Brasília) e terá arbitragem do uruguaio Esteban Ostojich.
-- Escalações prováveis:
Racing: Gabriel Arias - Gastón Martirena, Marco Di Cesare, Agustín García Basso, Gabriel Rojas - Agustín Almendra, Santiago Sosa, Juan Nardoni, Juan Fernando Quintero, Maximiliano Salas e Adrián Martínez. Técnico: Gustavo Costas.
Cruzeiro: Cássio - William, João Marcelo, Lucas Villalba, Marlon - Lucas Romero, Lucas Silva, Gabriel Veron, Matheus Pereira, Matheus Henrique - Kaio Jorge. Técnico: Fernando Diniz
* AFP