A Conmebol reconheceu, nesta quarta-feira (3), o erro da arbitragem ao não marcar pênalti a favor da Seleção Brasileira no empate com a Colômbia, por 1 a 1, na noite de terça-feira (2), pela fase de grupos da Copa América. Áudios do VAR, divulgados pela entidade nesta tarde, mostram a falha do árbitro venezuelano Jesús Valenzuela ao ignorar a falta em Vinícius Júnior dentro da área, no primeiro tempo do jogo disputado em Santa Clara, nos Estados Unidos.
De acordo com a Conmebol, o árbitro errou ao deixar a partida seguir, já que o defensor Daniel Muñoz toca primeiro no pé de Vinicius Junior e só depois na bola. Ao analisar, o VAR, comandado pelo argentino Mauro Vigliano, também erra ao não identificar o toque imprudente dentro da área.
"No minuto 42, em uma disputa de bola dentro da área da Colômbia, um defensor não toca a bola, provocando um contato imprudente no jogo. O árbitro não percebe o lance e o jogo continua. O VAR faz a checagem protocolar, em vários ângulos, velocidades e considerações e não identifica que o defensor não toca na bola antes de atingir imprudentemente o jogador adversário. Por isso, confirma incorretamente a decisão de campo", diz o comunicado em vídeo da Conmebol.
Durante a análise do VAR, que durou 1min47s, Vigliano pede diversos ângulos para observar a disputa de bola com o craque brasileiro. Ao final da análise, define que o camisa 21 da Colômbia "belisca" na bola antes de tocar no atacante brasileiro. "Sim, ele belisca a bola. Jesús, muito justo. Pode reiniciar. Belisca a bola quando baixa o pé. E aí ele dá um impulso. Depois que se dá o contato", define o árbitro argentino.
O gol anulado da Colômbia
Também no primeiro tempo, quando estava 1 a 0 para o Brasil, a seleção colombiana teve um gol anulado pelo VAR. No lance, Davinson Sánchez está, de fato, à frente do último defensor brasileiro. A arbitragem utilizou uma câmera aérea atrás do gol para definir quem era o último homem da linha de defesa do Brasil.
Após traçar a linha em azul, o VAR confirma que o zagueiro da Colômbia está impedido e confirma a anulação do gol. "No minuto 19, um jogador da Colômbia converte um gol. No momento em que lança a bola, seu companheiro se encontrava em posição fora de jogo. O VAR em sua checagem protocolar confirma a posição irregular do jogador da Colômbia, número 23, que marca o gol vindo de um tiro livre. Utilizando a ferramenta das linhas virtuais, confirma a decisão de campo: fora de jogo", diz a análise oficial da Conmebol.
Confira a transcrição do áudio do VAR no lance de Vinicius Junior:
Árbitro: — Toca a bola!
VAR: — Possível pênalti. Toca a bola pelo que indica. Preciso ver se toca a bola.
VAR pede outro ângulo.
VAR: — Preciso ver se toca na bola. Dê-me um plano aberto em velocidade normal. Estamos checando a situação na área, ok Jesús? Quero ver se muda a direção da bola.
VAR pede um ângulo aberto.
VAR: — Jesús, espere a gente, ok? Não reinicie.
VAR pede ângulo aéreo e, na sequência, um ângulo fechado.
VAR: — Preciso ver quando cruza a perna, como é o contato de trás. Em velocidade normal. Melhor, em 75%. Sim, ele belisca a bola. Jesús, muito justo. Pode reiniciar. Belisca a bola quando baixa o pé. E aí ele dá um impulso. Depois que se dá o contato.
Árbitro: — Ok. Primeiro belisca a bola e logo vai o contato.
Veja a análise completa da Conmebol
No minuto 42, em uma disputa de bola dentro da área, um defensor não toca a bola, e, como produto da disputa, é produzido um contato imprudente para a ação. O árbitro não consegue observar a ação e deixa que o jogo continue. O VAR, em sua checagem protocolar, analisa por distintos ângulos, velocidades e considerações e não consegue identificar que o defensor não toca a bola antes de entrar em contato imprudentemente com o atacante. O VAR confirma, de maneira incorreta, a decisão original de campo.