Nunca subestime o coração de um campeão. Este é o grande aprendizado que os jovens Lorenzo Musetti, italiano de 22 anos, e Francisco Cerúndolo, argentino de 25, irão levar da edição 2024 de Roland Garros. Em dias distintos, ambos tiveram a árdua tarefa de enfrentar Novak Djokovic. Nas duas partidas, abriram vantagem de 2 sets a 1 sobre o sérvio e ficaram perto de desbancar o maior campeão da história dos torneios de Grand Slam.
Mas ninguém conquista estas competições por 24 vezes, acumula quase uma centena de títulos (98) e soma mais de 1.100 vitórias na carreira à toa. Sem falar em ser o jogador que mais vezes deixou a quadra em partidas de Grand Slam como vencedor: são 370 em 419 atuações.
Novak Djokovic faz parte de um seleto grupo de atletas que surge de temos em tempos. Na sua geração, ele teve as companhias de Roger Federer e Rafael Nadal. Talento, perseverança e coração de campeão são características que apenas aqueles que podem ser classificados como "gênios" possuem. E foi esse sentimento de sempre vencer que mais uma vez impulsionou o veterano de 37 anos a superar o cansaço e dores no joelho direito desde o segundo set, para virar sua partida de oitavas de final contra o argentino Francisco Cerúndolo, nesta segunda-feira (3), e se classificar para as quartas de final em Paris pela 18ª vez em 20 participações. Com parciais de 6/1, 5/7, 3/6, 7/5 e 6/3, ele venceu uma batalha de 4h39min e foi aplaudido de pé, pelo público que lotava a quadra central, a badalada Philippe-Chatrier.
E assim como no duelo 4h29min diante de Musetti, Djokovic tirou forças de onde não se espera e mais uma vez aplaudiu o adversário que deixou a quadra sem entender o que havia ocorrido. Mas a resposta é simples: o coração de um campeão se recusa a perder.
O próximo desafiante de Djokovic sairá do confronto entre o norte-americano Taylor Fritz e o norueguês Casper Ruud.