Sanderlei Parrela bateu na trave nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, ao ficar no quarto lugar dos 400 m. Mas espera se redimir em Paris-2024, treinando a equipe brasileira que conquistou a vaga no revezamento 4x400 m na repescagem do Mundial de Revezamentos da Bahamas, domingo (5), ganhando sua série. De acordo com o treinador, o time pode ir bem na França e surpreender os favoritos.
Lucas Carvalho, Lucas Conceição Vilar, Vitor Hugo de Miranda e Matheus Lima fizeram uma excelente corrida e venceram a série da repescagem com o tempo de 3min01s86, no Estádio Nacional Thomas A. Robinson de Nassau. O atletismo nos Jogos Olímpicos será disputado entre 1º a 11 de agosto.
—Temos atletas correndo boas marcas. Era fazer a melhor prova possível e buscar a vaga. Matheus Lima vem correndo muito bem esse ano, o Lucas Carvalho e o Lucas Vilar também e tem o Vitinho (Vitor Hugo de Miranda) indo muito bem. E temos o Alison (dos Santos, o Piu), que apesar de não ter disputado o Mundial da Bahamas, é outra peça chave para o revezamento. É muito bom ter atletas desse nível, o que faz com que a gente acredite que possa ir além— disse Sanderlei, feliz com a classificação.
O Brasil disputou a última bateria da repescagem no domingo e se destacou, com bela performance e correndo sempre na frente. Vitor de Miranda até perdeu a liderança momentaneamente, mas se recuperou e entregou na frente para Matheus Lima fechar em primeiro.
As seis vagas da repescagem foram para Estados Unidos (desqualificado na prova principal), Brasil, Trinidad e Tobago, Espanha, Polônia e Índia. E a grande festa foi verde e amarela, com Matheus, de 20 anos, vibrando muito e batendo o bastão no peito. Os brasileiros se abraçaram e levantaram no ar a placa "qualified", de classificado, e que dizia: "From paradise to Paris", ou "do paraíso a Paris."
—Estou me dedicando ao máximo. Desde que vim para Bragança Paulista (no fim de 2022) mudou tudo: treinamento, alimentação, suplementação e, principalmente, comportamento. O Sanderlei me ensina a ser um atleta melhor e uma pessoa melhor, os caminhos certos para um trabalho bem feito—afirmou Matheus Lima, que sonha com a medalha olímpica.
Nas demais provas, o Brasil não consegui classificação e a última esperança é o ranking mundial, que ainda dará duas vagas por prova. A grande decepção foi o time do 4x100m rasos masculino.
Na repescagem, a equipe formada por Rodrigo Nascimento, Renan Gallina, Felipe Bardi e Paulo André Camilo começou bem na prova. Na última passagem, Paulo André estava na briga ao receber o bastão nas primeiras colocações, mas acabou com a quarta colocação na bateria, com um tempo de 38seg72. Apenas os dois melhores se classificaram e as vagas ficaram com Alemanha (38seg57)e Libéria (38seg75).
O mau desempenho confirmou os péssimos resultados do período de treinamento nos Estados Unidos, quando os brasileiros não conseguiram resultados expressivos em provas locais.
Entre as mulheres, o 4x100m de Gabriela Mourão, Ana Carolina Azevedo, Lorraine Martins e Vitória Rosa ficaram em quinto lugar na sua bateria, com um tempo de 43seg51. Nigéria (42seg71) e Suíça (42seg75)levaram as vagas.
Já o time feminino do Brasil do 4x400m, com Jainy Barreto, Letícia Nonato, Maria Victoria de Sena e Anny Caroline de Bassi, fez uma boa prova, terminando em terceiro lugar, com um tempo de 3min31seg60. As duas vagas foram para Jamaica (3min28seg54) e Índia (3min29seg35).
