O Brasil foi escolhido nesta sexta-feira (17) como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027, superando a candidatura conjunta da Bélgica, Países Baixos e Alemanha na votação do Congresso anual da Fifa, que acontece na Tailândia.
Após o sucesso da edição de 2023 na Austrália e na Nova Zelândia, que arrecadou um recorde de US$ 570 milhões (R$ 2,9 bilhões) em receita comercial, a Fifa decidiu continuar sua expansão do futebol feminino, levando o torneio para a América do Sul pela primeira vez.
Os delegados da entidade que rege o futebol mundial escolheram, por 119 votos a 78, atribuir a 10ª edição do torneio para o Brasil, provocando celebrações eufóricas entre os membros da delegação brasileira na sala de conferências de Bangcoc, capital da Tailândia.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, afirmou que a decisão da Fifa é uma "vitória para o futebol latino-americano e para o futebol feminino na América Latina".
Antes da votação dos delegados da Fifa, o Brasil já havia superado a candidatura conjunta de Bélgica, Países Baixos e Alemanha na avaliação técnica, recebendo nota 4 (de 1 a 5), contra 3,7 da proposta europeia.
Os inspetores da entidade destacaram o "grande impacto do futebol feminino na região" com a disputa do Mundial feminino na América Latina.
"Parabéns ao Brasil. Vamos agora organizar a melhor Copa do Mundo da história no Brasil", declarou o presidente da Fifa, Gianni Infantino, após o anúncio da vitória da candidatura brasileira.
A 10ª Copa do Mundo Feminina da história terá 10 sedes, com os estádios que foram utilizados na Copa do Mundo masculina de 2014: Beira-Rio (Porto Alegre), Arena Corinthians (São Paulo), Maracanã (Rio de Janeiro), Mineirão (Belo Horizonte), Fonte Nova (Salvador), Arena Pernambuco (Recife), Arena Castelão (Fortaleza), Arena Amazonas (Manaus), Arena Pantanal (Cuiabá) e Mané Garrincha (Brasília).
Com a disputa em casa, a seleção brasileira sonha em conquistar sua primeira Copa do Mundo feminina. Na edição de 2023, o Brasil foi eliminado na fase de grupos.
O torneio de 2023 acabou com o temor de que o aumento de número de seleções de 24 para 32 afetaria o nível da competição. Mais de 1,4 milhão de torcedores compareceram aos estádios da Austrália e Nova Zelândia.
- Marta pede jogo de abertura no RS -
Após o anúncio da Fifa, Marta, a rainha do futebol, comemorou a escolha do Brasil como sede da Copa feminina de 2027 e pediu que o jogo de abertura fosse realizado no Rio Grande do Sul, devastado pela pior catástrofe climática de sua história.
"Fiquei muito feliz com a notícia e tenho certeza de que a Copa do Mundo Feminina de 2027 será um sucesso, e o povo brasileiro, como sempre, estará de braços abertos para receber a comunidade mundial do futebol", escreveu a jogadora de 38 anos em sua conta no Instagram.
Marta disse que, "diferente das últimas semanas", a notícia lhe deu "um motivo para sorrir" e pediu que, "se fosse possível", o primeiro jogo da Seleção Brasileira fosse no Rio Grande do Sul.
Depois das fortes chuvas que caíram no sul do país no início de maio, as devastadoras inundações deixaram pelo menos 154 mortos, 98 desaparecidos e mais de meio milhão de pessoas fora de suas casas.
Por sua vez, o ministro dos Esportes, André Fufuca, também comemorou a decisão da Fifa e disse que "o Brasil está pronto" para realizar uma Copa que também será "de toda a América do Sul".
"As jogadoras servirão de inspiração para futuras gerações e ajudarão o Brasil a criar um impacto positivo duradouro na sociedade, promovendo inclusão, diversidade e igualdade no esporte", afirmou Fufuca em comunicado.
* AFP