O Brasil segue sua grande campanha no Campeonato Mundial de Atletismo paralímpico, que ocorre em Kobe, no Japão. Nesta terça-feira (21), foram mais cinco medalhas conquistadas, duas de ouro, uma de prata e duas de bronze, todas elas ganhas por mulheres. No quadro geral, a delegação brasileira segue em segundo lugar, com 14 ouros contra 15 da China.
A primeira medalha de ouro veio com a baiana Raíssa Machado, que venceu o lançamento de dardo F56 (que competem sentados). Com a marca de 24m22cm, recorde da competição, ela superou a iraquiana Hashemiyeh Moavi, atual campeã paralímpica que fez 22m74cm, e a chinesa Lin Sitong (22,68m).
— Estava sempre batendo na trave. Precisava muito dessa medalha. Eu fiz uma marca boa. Há tempos, buscava superar os 24m novamente, porque, infelizmente, passei por um período que não foi tão fácil. Todo atleta passa por isso, por uma estagnação, mas agora espero só evoluir. A medalha de ouro me dá uma tranquilidade. Era um dos critérios para ir aos Jogos de Paris e espero melhorar meu desempenho lá — afirmou Raissa, que nasceu com má-formação nos membros inferiores e que em Kobe garantiu seu quarto pódio em mundiais, superando as pratas de Doha 2015 e Paris 2023 e o bronze em Dubai 2019.
Outra vitória muito comemorada foi tricampeonato na prova dos 100m da classe T11 (deficiência visual) da acreana Jerusa Geber, que superou a chinesa Cuiqing Liu nos últimos cinco metros da prova. Com 11seg93 ela garantiu o ouro à frente da asiática, que fez 12seg00. O bronze também foi brasileiro, com a paranaense Lorena Spoladore que terminou com 12seg26.
— Os 100 metros é a prova mais emocionante que tem na competição. É a mais rápida do mundo. A minha largada não é das melhores, mas durante a corrida a gente conseguiu recuperar. Minha mãe e meu esposo estão na arquibancada. Isso me motivou ainda mais. É a minha décima medalha em Mundiais e meu tricampeonato. Mais uma medalha para a nossa coleção. Não tenho palavras para explicar a emoção. Obrigada pela torcida de todos — festejou Jerusa, que agora tem cinco ouros e cinco pratas em munidias.
Já a capixaba Lorraine Aguiar garantiu sua primeira medalha em um mundial. Com o tempo de 58seg26, ela ficou com a prata nos 400m T12 (deficiência visual). A rondoniense Ketyla Teodoro completou a prova em 1min00s21 e garantiu o bronze. A campeã foi a iraniana Hajar Safarzadeh com 57seg56.
Na decisão do lançamento de dardo F42/F64 (com deficiência nos membros inferiores), o catarinense Edenílson Floriani (F42) finalizou na sexta colocação, com 57m46cm. O vencedor da prova foi o indiano Sumit (F64), com 69m50cm. Dulan Kodithuwakku, de Sri Lanka, ficou com a prata e o indiano Sandesp levou o bronze.