Condenado pela Justiça italiana por estupro coletivo, Robinho quebrou o silêncio neste domingo (17) e reafirmou sua inocência. Em entrevista à TV Record, o ex-jogador não negou que não houve relação sexual com a vítima, mas afirma que foi consensual e que em nenhum momento ela estava alterada.
— A mulher que me acusa lembra exatamente o que tinha acontecido no local, a cor da minha camisa — relatou.
O ex-atacante afirma que sim, teve uma relação "superficial" com a vítima, mas que em momento nenhum foi forçado. Ele disse ainda que se sente "perseguido", já que os outros homens acusados pelo crime não estão sendo alvo de polêmicas e investigação da Justiça italiana.
Segundo o documento mostrado pela defesa obtido pela Record, os vestígios sexuais na roupa da acusadora não são de Robinho. Estes constam no inquérito da Justiça italiana.
— Ela me acusa de algo, de estupro coletivo, sem o consentimento dela. Se ela estava inconsciente no momento que estava comigo, como ela se lembra quantas pessoas tinham? Impossível lembrar de tantas coisas como ela lembrou. Os exames provam que ela não estava bêbada — se defendeu.
Em seguida, Robinho continuou tentando se explicar sobre o ocorrido e diz não ter negado o ato sexual durante o processo incriminatório.
— O que eu tive com ela foi muito rápido, eu não fiquei sabendo o que aconteceu no local. Os áudios foram fora de contexto. Em nenhum momento eu neguei. Um teste de DNA provou que eu não estava lá, e mesmo assim fui condenado — concluiu.
Relembre a investigação do caso Robinho
Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma jovem de origem albanesa a acusar o jogador e amigos de estupro coletivo, em Milão, na Itália. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância a nove anos de prisão. Os áudios revelados agora já estavam transcritos nos processo.
Os trechos divulgados mostram Robinho conversando com o amigo Ricardo Falco sobre a noite do crime, ocorrido em 2013, na boate Sio Café, em Milão. Eles discutem sobre os depoimentos que deram para a polícia. As gravações trazem descrições explícitas da cena do abuso e linguagem imprópria.
Em uma das gravações, o jogador admite que fez sexo com penetração com a vítima. Anteriormente, o ex-jogador do Santos e da Seleção Brasileira tinha afirmado que só havia ocorrido sexo oral. O brasileiro e seu amigo Falco foram condenados a nove anos de prisão pelo crime de agressão sexual em grupo. Como voltou para o Brasil, a pena não foi executada.
Além das gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas. Para a Justiça italiana, as conversas são "auto acusatório". As escutas exibem um diálogo entre o jogador e um músico, que tocou naquela noite na boate e avisou ao atleta sobre a investigação.
Procurado pela reportagem em outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representava Robinho na Itália, reforçou que seu cliente era inocente. O jogador afirmou que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que seu único arrependimento foi ter sido infiel com sua mulher.