O São Paulo fez uma partida fraca em Mirassol na noite desta terça-feira (24), pela segunda rodada do Campeonato Paulista. Em que pese a força do time da casa, o conjunto tricolor poderia ter feito mais. Galoppo evitou a derrota. A anulação polêmica do segundo gol do argentino deixou margens para o time tricolor reclamar. No placar final, o 1 a 1 foi condizente com o que de fato apresentaram as duas equipes nos 90 minutos.
Ao técnico Thiago Carpini fica a lição sobre a necessidade de conhecer ainda mais o seu elenco. O treinador é absolvido por ter assumido o cargo há pouco tempo. Problemas repetidos de 2023, como a posse de bola estéril, também precisam ser corrigidos.
No Grupo D, o São Paulo aparece na liderança com quatro pontos, mas pode ser superado pelo São Bernardo nessa rodada. Já o Mirassol soma seu segundo ponto e sustenta provisoriamente a vice-liderança do Grupo C.
O São Paulo buscou se impor em campo desde os primeiros movimentos. O Mirassol apostava na velocidade em transição quando recuperava a posse de bola. Carpini escolheu um desenho tático com três zagueiros, com Rato e Welington funcionando como alas, Galoppo com liberdade de movimentação pelo meio e a dupla Calleri e Ferreirinha tentando bagunçar a defesa dos donos da casa.
Na etapa inaugural, apesar de concentrar a posse de bola, o São Paulo encontrou muitas dificuldades para construir lances que de fato gerassem perigo ao gol defendido por Muralha. A bola parada e os cruzamentos se tornaram uma alternativa, dada a resistência para gerar oportunidades por baixo. Uma das razões para o time tricolor não progredir era a noite pouco inspirada de Galoppo. O argentino não funcionava como armador.
A inércia são-paulina era tanta que quem abriu o placar foi o Mirassol. Aos 38 minutos, a conta chegou para a defesa tricolor. Em cobrança de escanteio, a marcação não acompanhou Luiz Otávio, e o zagueiro subiu livre para, de cabeça, colocar os donos da casa em vantagem.
Com o placar adverso, a torcida do São Paulo pediu a entrada de Luciano. O atacante, que veste a 10, não exibe boa técnica, mas conquistou os são-paulinos pela garra dentro de campo, um fator que não faltou na primeira etapa, ainda mais em se tratando da segunda rodada do Paulistão. O que de fato precisava ser alterado no São Paulo era a condição da equipe em converter a posse de bola em chances reais de gol. Nesse quesito, as ausências de Lucas Moura e James Rodríguez - fora até do banco de reservas por questões físicas - pesavam mais.
No futebol, uma falha é capaz de mudar a história de um jogo, elegendo novos protagonistas e convertendo heróis em vilões e vice-versa. No apagar das luzes do primeiro tempo, o goleiro Muralha falhou e deixou seus companheiros em maus lençóis. Luiz Otávio, autor do gol do time da casa, esticou o braço para impedir que Rato balançasse as redes para o São Paulo. O árbitro não teve dúvidas em assinalar a penalidade. Galoppo, nada produtivo até então, foi para a cobrança, deslocou o goleiro do Mirassol e fez a festa para a torcida tricolor, aos 48.
A volta do intervalo mostrou que, de fato, Galoppo estava disposto a ser protagonista. Com 28 segundos, o argentino marcou um golaço, mas o árbitro anulou o lance em uma decisão polêmica. O VAR identificou que Calleri estava em posição irregular, diante do goleiro do Mirassol, e teria interferido no lance. Um toque de mão de Luiz Otávio, porém, foi ignorado no mesmo movimento. O zagueiro do time da casa ainda poderia ser expulso se recebesse o segundo cartão amarelo.
A partida ficou mais parelha, com boas chances de parte a parte. O Mirassol levou mais perigo. Carpini, então, fez uma alteração tripla. Sacou Galoppo, Rato e Ferraresi e colocou Luciano, Nikão e Igor Vinícius. Com isso, o São Paulo mudou seu esquema de jogo, passando a atuar com uma linha de quatro na defesa e aumentando a presença no ataque, com o quarteto Luciano, Nikão, Calleri e Ferreirinha.
O tempo comprovou o erro do treinador tricolor. Galoppo vivia momento de crescimento no jogo e não deveria ter sido substituído. Naquele instante, o ideal era alterar a dupla de volantes. Pablo Maia e Alisson não apareceram no jogo. Na reta final da partida, o São Paulo armou uma blitz, mas foi inócua.
No sábado, às 18h, o São Paulo reencontra o MorumBis, onde medirá forças com a Portuguesa. Já o Mirassol só entra em campo no domingo, as 19h, como mandante novamente. O adversário será o Novorizontino.
FICHA TÉCNICA
MIRASSOL 1 x 1 SÃO PAULO
MIRASSOL - Alex Muralha; Rodrigo Ferreira, Gazal, Luiz Otávio e Warley; Yuri Lima, Danielzinho e Gabriel (Ronald); Negueba (Diego Gonçalves), Fernandinho (Everton Bala) e Mário Sérgio (Paulinho Bóia). Técnico: Mozart.
SÃO PAULO - Rafael; Diego Costa, Ferraresi (Igor Vinícius) e Alan Franco; Wellington Rato (Nikão), Alisson, Pablo Maia e Welington; Galoppo (Luciano); Calleri e Ferreirinha (Juan). Técnico: Thiago Carpini.
GOLS - Luiz Otávio, aos 38, Galoppo aos 48 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO - Luciano Canetto Bellote.
CARTÕES AMARELOS - Luiz Otávio, Danielzinho e Diego Costa.
PÚBLICO E RENDA - Não divulgados.
LOCAL - Estádio Municipal José Maria de Campos Maia, em Mirassol (SP).