Ex-campeão mundial de boxe, Acelino Freitas, o Popó, revelou ter sofrido golpe milionário de criptomoedas. De acordo com o lutador, ele perdeu R$ 1 milhão em esquema de pirâmide com a moeda virtual e disse ter sido ingênuo.
Popó acreditava que a empresa escolhida para investir, a "Braiscompany", era confiável, algo que não se confirmou na prática, tanto que foi aberta investigação pela Polícia Federal. Ao "Fantástico", da TV Globo, no domingo (1), Popó revelou detalhes do golpe que sofreu.
— Fui muito otário, muito besta e muito infantil. Não existe rendimento de 8% em qualquer lugar do mundo. Eu apanhei feio, mas esse cara ganhou muita gente por nocaute, muita gente está passando dificuldade e fome — afirmou.
A empresa citada também é acusada de lesar outros investidores com transação de moedas virtuais na internet. O lutador acreditou que teria lucro de até 8% sobre o valor investido de R$ 1 milhão.
Popó foi convencido a entrar no esquema por meio das redes sociais, em lives que um dos empresários da "Braiscompany" fez no Instagram, com promessas de lucros milionários e garantidos.
— A forma que o cara olhava, as lives que ele fazia todo dia. Tinha poder de convencimento de que a coisa era real — disse o lutador para explicar seu convencimento.
Popó chegou a ter lucro expressivo no primeiro investimento com a empresa, mas foi lesado a partir da segunda vez que tentou reaver o dinheiro da operação na plataforma.
— Tirei R$ 1 milhão do meu bolso, consegui tirar em um mês (o lucro). No segundo, ele sumiu. Ganhei dinheiro tomando soco na cara, ganhar meu dinheiro não foi brincadeira — ressaltou.
Além de Popó, o ex-jogador Magno Alves também teria sido lesado pela empresa de investimento em criptomoedas. Ele diz ter perdido mais de R$ 30 milhões com a "Braiscompany" e levou o caso à Justiça. O "Fantástico" não conseguiu localizar o dono da Braiscompany, Antônio Neto e a esposa, Fabrícia Campos, responsáveis pela empresa, para se manifestarem sobre o caso.
A Polícia Federal contabiliza mais de 18 mil clientes da mesma situação e apreendeu aviões, carros de luxo, joias e relógios, entre outros itens, dos donos da empresa.
Golpes no futebol
Gustavo Scarpa, ex-Palmeiras, tenta reaver R$ 6,3 milhões do aporte financeiro da "XLand", que teria "sumido" com o dinheiro do jogador, em caso semelhante ao de Popó. O pedido, acatado pela Justiça, colocou seu ex-companheiro Willian Bigode e suas duas sócias no polo passivo do processo.
O processo movido por Scarpa e Mayke, outro jogador do Palmeiras prejudicado na transação, aponta que partiu de Willian e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na "XLand", que ofereceria rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido em criptomoedas. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4,6 milhões.