Ainda sem definição sobre Carlo Ancelotti e sob o comando do interino Ramon Menezes, o Brasil mostrou que pode ser perigoso ficar um ano à espera de um treinador efetivo. Nesta terça-feira (20), a Seleção Brasileira se apresentou pouco organizada defensivamente e acabou derrotada por Senegal por 4 a 2 em amistoso disputado em Lisboa.
O Brasil até saiu na frente com Lucas Paquetá, mas Diallo, Marquinhos contra e um golaço de Mané viraram o placar para Senegal. Marquinhos ainda balançou as redes para se redimir do seu gol contra, mas Mané, de pênalti, definiu o 4 a 2. A Seleção Brasileira não levava quatro gols em uma mesma partida desde a goleada de 7 a 1 sofrida para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014.
O próximo compromisso da Seleção Brasileira será em setembro, quando inicia a disputa das Eliminatórias para o Mundial 2026. O Brasil irá enfrentar a Bolívia, em casa, e o Peru, como visitante, nas primeiras rodadas. As datas e horários dos jogos ainda não foram definidos.
Ramon Menezes fez duas mudanças na Seleção Brasileira em relação ao time que havia iniciado na goleada sobre Guiné. Bruno Guimarães no lugar de Casemiro no meio-campo e Malcom na ponta-direita, na vaga de Rodrygo, foram as novidades diante de Senegal, que teve como principal atração a presença de sua estrela Sadio Mané, desfalque na Copa do Mundo do Catar por lesão.
Os primeiros movimentos do jogo foram favoráveis ao Brasil. Com as investidas de Vinicius Junior, a Seleção encontrava espaços pela esquerda. O atacante do Real Madrid não demorou muito para causar problemas aos africanos. Aos 10, ele cruzou na medida para Lucas Paquetá, que cabeceou como centroavante entre os zagueiros para estufar as redes: 1 a 0.
O Brasil seguiu bem e aos 12 encontrou uma jogada pelo outro lado. Pela direita, Malcom acionou Richarlison, que saiu cara a cara com o goleiro Diaw, mas perdeu a oportunidade. A Seleção Brasileira chegou a ter um pênalti em Vini Jr. marcado pelo árbitro Gustavo Correia, mas o lance acabou anulado por impedimento do brasileiro na origem da jogada.
A superioridade brasileira foi diminuindo a partir do momento em que Senegal passou a explorar as costas de Ayrton Lucas. Até aparecendo bem ofensivamente, o lateral-esquerdo do Flamengo mostrou muitas dificuldades defensivas. Assim, pelo seu setor, Sarr cruzou para Diallo cabecear com perigo na primeira chance senegalesa no jogo.
Foi pelo setor esquerdo da defesa brasileira que saiu o cruzamento que terminou no gol de empate de Senegal. Aos 21, Joelinton cortou mal dentro da área e Diallo acertou um belo chute para vencer Ederson: 1 a 1.
A igualdade no placar também apareceu nas ações a partir de então. O jogo ficou aberto com os dois times atacando com pouco controle no meio-campo. A partida também era de poucas faltas. Apenas um cartão amarelo foi dado no primeiro tempo, para Ciss, por entrada em Paquetá já só 44 minutos. A falta foi batido por Danilo, que obrigou Diaw a fazer uma difícil defesa na última jogada de perigo da primeira etapa.
Segundo tempo
As duas equipes retornaram do intervalo sem trocas, mas o jogo mudou completamente. Do equilíbrio da primeira etapa, a partida passou a ter uma superioridade inesperada de Senegal. Aos 6, em uma jogada que começou desde a defesa, Mané recebeu na entrada da área e cruzou para Sarr. O atacante cabeceou para o meio dá área procurando Diallo, mas Marquinhos tentou fazer o corte e acabou mandando contra o gol brasileiro.
O Brasil ainda tentava se recuperar do segundo gol quando levou o terceiro. Aos 9, Mané recebeu dentro da área e bateu colocado, sem chances para Ederson, fazendo 3 a 1 para Senegal diante da incredulidade dos jogadores e torcedores brasileiros em Lisboa.
Ramon Menezes, então, resolveu fazer duas trocas chamando jogadores que atuam no futebol brasileiro. O flamenguista Pedro foi a opção no lugar de Richarlison, enquanto o palmeirense Rony ingressou na vaga de Malcom. Logo depois, o Brasil conseguiu diminuir. Após escanteio batido da direita, Marquinhos chutou meio sem jeito, mas venceu Diaw para se redimir do gol contra e descontar: 3 a 2 aos 12 minutos.
Quando se esperava uma pressão brasileira em busca do empate, Senegal mostrou que não estava disposta a apenas defender o resultado e quase marcou o quarto com Sarr. O Brasil até levou perigo em bola enfiada por Vini Jr. para Rony aos 22, mas os africanos responderam na sequência em chute de Koulibaly defendido por Ederson.
Alex Telles por Ayrton Lucas e André por Lucas Paquetá foram as últimas tentativas de Ramon para tentar buscar o empate. O Brasil foi para um tudo ou nada apostando na qualidade de seus jogadores e na vontade. De organização, se viu quase nada.
O jogo ainda teve confusão após falta de Jackson em Bruno Guimarães com cartões amarelos distribuídos ao autor da infração, Militão, e Danilo. Totalmente aberto em busca do empate, o Brasil sofreu nos acréscimos um contra-ataque que terminou com Ederson cometendo pênalti em Jackson. Mané cobrou e definiu o placar de 4 a 2 para Senegal.
Amistoso — 20/6/2023
BRASIL (2)
Ederson; Danilo, Éder Militão, Marquinhos e Ayrton Lucas (Alex Telles, 28’/2ºT); Bruno Guimarães, Joelinton (Raphael Veiga, 20’/2ºT) e Lucas Paquetá (André, 28’/2ºT); Malcom (Rony, 11/2ºT), Richarlison (Pedro, 11/2ºT) e Vinicius Junior. Técnico: Ramon Menezes (interino)
SENEGAL (4)
Diaw; Sabaly, Koulibaly, Niakhaté, Jakobs; Ciss (Kouyaté, 37’/2ºT), Mendy, Pape Gueye (Diatta, 37’/2ºT); Sarr, Diallo (Jackson, 42’/2ºT) e Sadio Mané. Técnico: Aliou Cissé
GOLS: Paquetá (B), aos 10min, Diallo (S), aos 21min do 1º tempo; Marquinhos (S, contra), aos 6min, Mané (S), aos 9min, Marquinhos (B), aos 12min, e Mané, aos 52min do 2 º tempo;
CARTÕES AMARELOS: Ayrton Lucas, Éder Militão, Danilo (B); Ciss, Jackson (S);
ARBITRAGEM: Gustavo Correia, auxiliado por Rui Teixeira e Pedro Mota. VAR: Hugo Miguel (quarteto português);
LOCAL: Estádio José Alvalade, em Lisboa, Portugal.
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