Sem brilhar nos tatames do Catar, a equipe brasileira superou a metade do Mundial de Judô disputado em Doha ainda sem alcançar as finais de cada categoria. Nesta quinta-feira (11), o time nacional contou com dois representantes na disputa da categoria médio (até 90 kg), mas Rafael Macedo e Giovani Ferreira foram eliminados antes das lutas mais decisivas.
Número 11 do ranking mundial, Macedo foi mais longe, ao atingir as oitavas de final. Pelo caminho, o atleta da Sogipa deixou até um medalhista olímpico e mundial. Em sua estreia, derrotou o espanhol Tristani Mosakhlishvili, com um waza-ari no "golden score". Na sequência, despachou o húngaro Krisztian Toth, bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, também no golden score, quando marcou um novo waza-ari.
Mas, nas oitavas de final, foi projetado duas vezes pelo russo Mansur Lorsanov e se despediu da chance de brigar por medalha.
— Acredito que me preparei do jeito certo e deu para ter uma noção da preparação para Paris. Tenho que corrigir algumas coisas, mas acredito que meu caminho está sendo bem planejado e bom. Acho que foi no detalhe ali, mas a gente vai melhorando degrau por degrau — analisou o gaúcho de 28 anos.
Giovani Ferreira, por sua vez, fazia sua estreia em Mundiais. Pezão, como é mais conhecido, acabou sendo eliminado logo na estreia, pelo sérvio Darko Brasnjovic, no "golden score".
— Foi meu primeiro Mundial e é óbvio que fica o sentimento de que tenho mais para mostrar, não para os outros, mas para mim mesmo. Fico bem chateado, independente se é meu primeiro, segundo, quinto ou décimo Mundial. Mas agora é levantar a cabeça e continuar trabalhando, buscando e conquistando — comentou o judoca do Pinheiros (SP).
A decisão medalha de ouro foi entre dois atletas da Geórgia e Luka Maisuradze, que havia terminado em terceiro no Mundial de 2022, levou a melhor sobre o atual campeão olímpico Lasha Bekauri. O bronze foi dividido entre o sueco Marcus Nyman, que repetiu o pódio de 2021, e o japonês Sanshiro Murao.
No feminino (até 70kg), após a aposentadoria da gaúcha Maria Portela, o Brasil não enviou nenhuma representante. A campeã foi a japonesa Saki Niizoe, que ganhou sua quarta medalha de ouro na história da competição, a primeira individual. A vice-campeã foi a alemã Giovanna Scoccimarro. O pódio ainda teve a austríaca Michaela Polleres, vice-campeã olímpica em Tóquio, e a croata Barbara Matić, que lutava pelo tricampeonato.
O Mundial prosseguirá na sexta-feira (12), com a categoria meio-pesado. No masculino (até 100 kg), o Brasil terá Rafael Buzacarini (Pinheiros) e Leonardo Gonçalves (Sogipa). As preliminares começarão às 5h30 (horário de Brasília).
Rafael Buzacarini é o 17º colocado do ranking mundial e irá diretamente na segunda rodada contra Reda Nafwa, do Catar. Leonardo Gonçalves, 30º do mundo, também não precisará disputar a primeira rodada e aguarda o vencedor do confronto entre o tcheco Lukáš Krpálek, campeão olímpico da categoria nos Jogos Rio-2016 e ouro nos Jogos de Tóquio no pesado (+100 kg), e o italiano Gennaro Pirelli.
No feminino nenhuma brasileira participará. A gaúcha Mayra Aguiar, tricampeã mundial acabou desistindo de participar para se recuperar de pequenas lesões.