Responsável por converter o pênalti que deu o título da Copa do Mundo do Catar para a Argentina em dezembro do ano passado, o lateral-direito Gonzalo Montiel repetiu a dose nesta quarta-feira para dar ao Sevilla seu sétimo título da Liga Europa. Após empate por 1 a 1 no tempo normal e uma prorrogação sem gols, o argentino converteu a cobrança decisiva para desbancar a Roma de José Mourinho, na Arena Púskas, em Budapeste. O goleiro marroquino Bono, outro destaque da última Copa, também foi essencial, pois defendeu as cobranças romanistas de Mancini e do brasileiro Ibañez, zagueiro da seleção.
Com a vitória, o Sevilla impôs a Mourinho sua primeira derrota em uma final europeia. Campeão da edição inaugural da Liga Conferência com o time italiano, na temporada passada, o treinador português já tinha em seu currículo dois títulos de Liga dos Campeões, com Porto e Internazionale, e outros dois da Liga Europa, com Porto e Manchester United. Agora, fica a expectativa sobre o seu futuro, já que está sendo especulado como possível treinador do PSG para a próxima temporada.
Fora do estádio, ocorreram alguns episódios de violência. Segundo as autoridades húngaras, um torcedor espanhol e um italiano foram hospitalizados após uma briga de torcidas nas redondezas da Puskás Arena. Outras três pessoas ficaram feridas. Também houve registro de confronto entre torcedores do Sevilla e do time polonês Slask Wrocaw. Os poloneses teriam viajado até Budapeste em busca de um acerto de contas por causa de uma briga ocorrida em 2013.
Em campo, diante do maior campeão, a Roma chegou à grande decisão em um momento instável, com apenas uma vitória nos últimos nove jogos. O solitário triunfo foi conquistado na partida de ida das semifinais da Liga Europa, por 1 a 0, sobre o Bayer Leverkusen, antes da classificação com um empate no segundo jogo. Mourinho apostou em Paulo Dybala, recuperado de mais uma lesão em uma temporada de muitos problemas físicos, e viu o argentino corresponder
Titular pela primeira vez em quase dois meses, entre partidas como desfalque ou de poucos minutos em campo, Dybala foi o responsável por tirar o zero do placar ao aproveitar assistência de Mancini, aos 34 minutos do primeiro tempo. O Sevilla teve sua melhor chance de empatar apenas nos acréscimos, quando Rakitic bateu firme na bola para acertar a trave.
Após mostrar a marcante organização defensiva de um time comandado por Mourinho durante a maior parte da etapa inicial, a Roma perdeu solidez no segundo tempo. Por isso, cedeu o empate ainda aos nove minutos. No lance, Mancini tentou interceptar um cruzamento em direção ao adversário En-Nesyri e viu a bola bater na própria coxa antes de morrer na própria rede.
A partir do momento do gol contra, o jogo ficou mais aberto, porém sem tanto talento ofensivo de ambas as partes. O Sevilla chegou a celebrar um pênalti anotado pelo árbitro, mas o VAR o chamou para a revisão na tela do gramado. Após a consulta, a marcação foi anulada. Lá atrás, o time espanhol contou com boas defesas do goleiro Bono para impedir que os romanistas voltassem a liderar o placar. Pelo lado espanhol, En-Nesyri e o brasileiro Fernando tiveram boas chances e mandaram para fora.
Assim, a partida foi para a prorrogação e teve mais 30 minutos cheios de tensão. Com os dois times nervosos e cansados, o nível técnico foi baixo e nenhum dos dois foi capaz de se superar na base da disposição. Nos pênaltis, Mancini, autor do gol contra que cedeu o empate a Roma, mandou segunda cobrança romanista no meio e viu Bono pegar.
Em seguida, o goleiro marroquino tocou a ponta dos dedos para defender o pênalti batido pelo brasileiro Ibañez e ainda contou com a trave para evitar mais um gol do time italiano. Coube a Montiel fazer o gol do título do Sevilla. Rui Patrício pegou a cobrança do argentino, mas o árbitro mandou voltar após constatar que o goleiro se adiantou. Na segunda tentativa, Montiel converteu, assim como fez na final da Copa do Mundo, pela Argentina, e garantiu o hepta.