Os ecos da guerra na Ucrânia se espalham por diversas áreas. O futebol foi um dos setores atingidos. A invasão russa fez com que alguns clubes tivessem de interromper suas atividades sem prazo para o retorno. É o caso do FC Mariupol. Agora, a equipe renasce no Paraná. A Associação Atlética Batel incorporará todos os elementos da equipe ucraniana, quase como se ela fosse refundada em solo brasileiro.
A cidade de Mariupol foi uma das mais afetadas pelos bombardeios e invasão da Rússia. As consequências para o clube local foram as piores possíveis, e o dissolvimento foi inevitável. Perdeu a infraestrutura, o estádio e teve de dispensar os funcionários, incluindo os jogadores.
Em solidariedade, o Batel adotará a partir de agora o nome, o uniforme, o escudo e a bandeira do FC Mariupol. O Batel está sediado em Guarapuava, município do Paraná da região de Prudentópolis. A localidade tem 75% de sua população composta por descendentes de ucranianos. É considerada a maior comunidade do país do leste europeu na América Latina.
— Nosso clube e nossa região têm muita identificação e carinho pelo povo ucraniano. A ideia é ajudar a manter vivo o FC Mariupol, que era um orgulho e a grande paixão da cidade, até que eles possam realmente retornar às suas atividades — diz Alex Lopes, presidente do Batel. — Nossa mensagem para o mundo é de paz e apoio à luta pela soberania ucraniana. O futebol era motivo de muita alegria lá e, certamente, no futuro o clube vai voltar a brilhar no lugar que merece — completa.
Desde o início do conflito, o Paraná abrigou muitos refugiados ucranianos, que hoje adotam o Sul do Brasil como nova casa.
— Estamos muito emocionados e gratos por este acolhimento do Batel. A guerra tem sido devastadora para a nossa cidade. Nossas escolas, teatros e times esportivos foram todos destruídos ou deslocados no conflito. Mas ter esse time no país do futebol, do outro lado do mundo, aceitando manter nosso nome vivo durante esse período sombrio de nossa história, nos deixa sem palavras. É impossível expressar o quanto isso significa para nós — ressalta Andriy Sanin, vice-presidente do FC Mariupol.
Para causar um impacto positivo na vida dos torcedores do Mariupol, os jogos do Batel serão transmitidos para a Ucrânia.